Morre Lô Borges, ícone da MPB e fundador do Clube da Esquina

Cantor e compositor mineiro precisou ser internado após intoxicação de medicamentos em Belo Horizonte e morreu aos 73 anos Lô Borges, um dos nomes mais importantes da MPB e um dos fundadores do Clube da Esquina, morreu nesse domingo (2/11), aos 73 anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Unimed, de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (3/11), em nota enviada à imprensa. O músico foi internado em 17 de outubro após passar por intoxicação de medicamentos em casa. Ele precisou ser levado ao hospital às pressas. Carreira Com mais de 20 álbuns lançados ao longo da carreira de mais de 50 anos, Lô Borges foi responsável por compor músicas como Trem Azul, Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, Para Lennon e McCartney, Trem de Doido e muitos outros sucessos que marcaram o gênero. Ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes, do irmão, Márcio Borges, e outros artistas mineiros, Lô Borges fundou o movimento que revolucionou a MPB à época. Ele também foi um dos principais compositores dos álbuns Clube da Esquina (1972), considerado em 2022 como o melhor álbum brasileiro da história; e Clube da Esquina 2 (1978). Nascido em 1952, em Belo Horizonte, Salomão Borges Filho começou a tocar violão depois de conhecer os sucessos dos Beatles e deu início à carreira musical após incentivo do parceiro de composição, Milton Nascimento. Com o sucesso do primeiro álbum do Clube da Esquina, partiu para a carreira solo. Em 1972, lançou o primeiro projeto, Disco do Tênis, e depois Via Láctea, que fez sucesso entre os críticos. Foram desses trabalhos que vieram alguns de seus maiores sucessos, como Equatorial e Ventos de Maio. Dedicado à música e às composições, Lô Borges nunca se casou. O artista, no entanto, conquistou o carinho dos fãs e o respeito dos demais músicos do gênero ao longo dos anos

Nikolas e Zema estão entre os políticos mais rejeitados do país, aponta pesquisa

OPINIÃO PÚBLICA – Levantamento da Atlas Intel mostra que imagem negativa do deputado e do governador supera a aprovação popular Os mineiros Nikolas Ferreira (PL) e Romeu Zema (Novo) figuram entre as lideranças políticas com maior rejeição no país, segundo levantamento divulgado pela Atlas Intel. A pesquisa, realizada entre os dias 15 e 19 de outubro, ouviu cerca de 14 mil pessoas em todo o Brasil e tem margem de erro de um ponto percentual. De acordo com o levantamento, 54% dos entrevistados avaliam negativamente a imagem do deputado federal Nikolas Ferreira, um dos principais nomes da extrema direita nas redes sociais. A avaliação positiva dele é inferior à negativa, o que o coloca na mesma faixa de rejeição do líder da organização criminosa da trama golpista, Jair Bolsonaro (PL).: Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que tem se movimentado como pré-candidato à Presidência da República em 2026, também aparece com imagem mais negativa do que positiva. Segundo o instituto, 51% da população avaliam o governador de forma desfavorável. A pesquisa mostra que a insatisfação popular não se limita a um campo político. No topo da rejeição estão os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), com 83%, e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), com 68% de imagem negativa.: Outros nomes de políticos que aparecem na lista são Ciro Gomes (PSDB), com 62% de rejeição; Michelle Bolsonaro (PL) e Ronaldo Caiado (União Brasil), ambos com 53%; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, com 50%.

Banana com casca – Governador Zema elogia chacina policial no Rio

Governador de Minas Gerais apoia operação no RJ que deixou mais de 120 mortos e critica governo federal, enquanto petistas reagem O pré-candidato à presidência da República, Romeu Zema (Novo), manifestou-se publicamente em apoio à operação conduzida no estado do Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 mortos. As informações são do UOL. Ele elogiou o chefe do Executivo fluminense, Cláudio Castro (PL), e criticaram o governo do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — destacando falta de apoio federal à operação estadual. “Mais uma vez as forças policias do estado têm de enfrentar sozinhas essas facções terroristas”. Ele também afirmou que “o ministro [da Justiça e Segurança Pública] do Lula, em vez de ajudar, vem criticar o governador do Rio por ter enfrentado o Comando Vermelho”, disse o comedor de banana com casca. Na mesma linha, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) também pré-candidato à presidência da República, criticou o governo Lula: “Quero me solidarizar com o governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Parabéns!” e acrescentou que “essa posição, essa decisão de enfrentar o crime recebe o aplauso hoje do Brasil”. De acordo com a reportagem, ele afirmou ter sentido “muito orgulho ao ver as tropas de segurança do estado do Rio, policiais civis e militares, que mesmo sem a proteção e a participação do governo federal, para dar a eles estruturas para poderem ter mais cobertura no momento do ataque, eles foram de peito aberto.” Em contrapartida, os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) reagiram com veemência. A bancada do partido na Câmara repudiou “a insistência do governador em uma estratégia de guerra, já exaustivamente fracassada, que faz da polícia fluminense uma das que mais mata e mais morre no mundo”. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou: “Os violentos episódios desta terça-feira no Rio, com dezenas de mortes, inclusive de policiais, bloqueio de rodovias e ameaças à população, ressaltam a urgência do debate e aprovação da PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional”. Enquanto isso, o governador Cláudio Castro cobrou o governo federal, dizendo que o estado está “completamente sozinho”. Segundo ele, o Rio fez três solicitações anteriores por blindados que não foram atendidas. Por outro lado, admitiu que não requisitou blindados para a operação mais recente. A pasta federal correspondente informou que não foi acionada e que não houve pedido oficial de apoio nas circunstâncias relatadas. As informações são do UOL.

Precarizar para privatizar: objetivo de Romeu Zema para a Copasa, diz Rodrigo Cadeirante

PRIVATIZAÇÃO DA COPASA – As contradições do governo de Minas para defender a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foram expostas pelo vereador Rodrigo Cadeireante durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na quarta-feira (22) para debater Proposta de Emenda à Constituição que retira exigência de referendo para a venda da estatal. Diante de milhares de trabalhadores que lotaram as galerias da Casa, o vereador de Montes Claros mencionou a divergência nos discursos proferidos pelo governo e estatal no que diz respeito à sua saúde financeira. Cadeirante disse que enquanto o governador Romeu Zema alega que a Companhia está quebrada e precisa ser vendida, seu presidente, Fernando Passalio do Amaral, que esteva presente, garante que a empresa é muito lucrativa. Para Cadeirante, está muito claro: Zema e seus assessores apostam na estratégia de falar mal da Copasa para justificar sua privatização. “Não caiamos nesse lero-lero. Zema não vende uma geladeira em sua loja dizendo que ela gasta muita energia e não gela nada. Vim de Montes Claros para deixar claro que sou contra a privatização”, enfatizou. Para reforçar a importância da Copasa para a população, Rodrigo Cadeirante informou que, por iniciativa do seu mandato, os investimentos no Distrito de Aparecida do Mundo Novo, em Montes Claros, propiciaram água tratada e de boa qualidade a milhares de famílias que antes eram abastecidas com caminhão-pipa. Ele voltou a criticar a postura do governador que, ao mesmo tempo em que quer vender uma empresa pública alegando dificuldades financeiras do estado, dá isenção fiscal a empresas que foram doadoras nas suas campanhas eleitorais, entre elas a Localiza. O projeto foi aprovado pelos deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa e representa mais de R$ 25 bilhões em renúncias fiscais, provocando um rombo de R$ 2,3 bilhões no orçamento – o que significa mais despesa do que receita.. Os incentivos fiscais representam 20% da receita tributária. Num recado aos deputados que disputarão a reeleição ano em 2026, Rodrigo Cadeirante prevê que eles receberão um “não” da população, por não terem altivez para defenderem os interesses do povo e se limitarem a dizer amém para tudo o que o governador quer. O vereador também não poupou o presidente da estatal. Segundo Cadeirante, Fernando Passalio não representa os anseios dos mineiros. “Quando as pessoas reclamam dos serviços prestados pela Copasa não é dos trabalhadores que estão falando, mas de pessoas como ele, que não estão no cargo por critério técnico, mas por terem prestado favores políticos e eleitoreiros durante campanhas políticas. Prova disso é que ele precisou ler o discurso que fez aqui. Não duvido que o texto tenha sido escrito no gabinete do governador”, disparou, Rodrigo Cadeirante já havia criticado a condução da Copasa por parte do governo durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Montes Claros, na última segunda-feira (20), para discutir a responsabilidade social de Copasa e Cemig com a população norte-mineira.

Servidores da Copasa anunciam greve contra a privatização da Companhia de Saneamento

Contra a PEC do referendo e avanço da privatização de Zema, trabalhadores da Copasa cruzam os braços entre 21 e 23 de outubro em defesa do direito de decisão popular sobre a estatal Os trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) anunciaram uma greve de três dias, entre 21 e 23 de outubro, em protesto contra os planos de privatização da empresa e a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoriedade de realização de um referendo popular sobre o tema. A paralisação, articulada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos (Sindágua-MG), deve mobilizar os servidores de todo o estado. Durante os dias de greve, estão previstas concentrações diárias em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na terça-feira (22), a mobilização será reforçada com uma audiência pública às 11h e um ato em frente à sede da Copasa, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte. Segundo o presidente do Sindágua-MG, Eduardo Pereira, a expectativa é reunir de 4 mil a 6 mil trabalhadores na capital. “Precisamos lutar pelo direito do referendo popular, o nosso direito de decidir se a Copasa deve ou não ser privatizada, e contra a PEC 24.  Essa pauta não interessa apenas aos trabalhadores, mas a toda a população”, afirma Pereira em suas redes sociais. O sindicato assegura que a paralisação não afetará os serviços essenciais, como o abastecimento de água e o tratamento de esgoto, que seguirão funcionando com escala mínima. A greve acontece no momento em que a PEC do referendo avança na ALMG. O texto, aprovado por uma comissão especial na semana passada, está pronto para votação em plenário, embora ainda não tenha data definida. A proposta é uma das prioridades do governo Romeu Zema (Novo), que pretende abrir caminho para a venda da Copasa e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Na última semana, no entanto, o cenário político mudou. Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicar um novo decreto alterando as regras do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), decidiu suspender temporariamente a tramitação dos projetos ligados ao programa, incluindo a PEC do referendo e as propostas de privatização. Mesmo assim, os sindicatos seguem em mobilização. O Sindágua-MG e o Sindieletro-MG, que representa os trabalhadores da Cemig, protocolaram um pedido formal na ALMG para suspender definitivamente as discussões sobre o tema. “As privatizações trarão consequências graves, como aumento nas tarifas e piora dos serviços. É fundamental que a sociedade participe desse debate”, defende Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro-MG. A Copasa atende 638 municípios mineiros, prestando serviços a 11,8 milhões de pessoas no abastecimento de água e 8,3 milhões no esgotamento sanitário. Serviço Mobilização na capital Audiência Pública – Câmara Municipal de Belo Horizonte 17/10/2025 (sexta-feira) – 9h30 Avenida dos Andradas, 3100, Santa Efigênia Audiência Pública e Ato Público – Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) 22/10/2025 (quarta-feira) – 11h Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, Belo Horizonte Convocação: Sindieletro e Sindágua Mobilização no interior Audiência Pública – Câmara Municipal de Montes Claros 20/10/2025 (segunda-feira) – 19h Avenida Rui Palmeira, 2770, bairro Vila Exposição

ESTADO LAICO – TJMG suspende uso da Bíblia como ‘material paradidático’ em escolas de BH

Na decisão, a relatora indicou que a lei fere o princípio da laicidade do Estado A partir de uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), foi suspensa a lei que previa o uso da Bíblia como material paradidático em escolas públicas e privadas de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A medida tem efeito imediato e foi tomada, no âmbito de uma ação movida pelo Psol, no fim de setembro. A legislação recomendava, e em alguns casos determinava, o uso de passagens do evangelho em disciplinas do ensino básico, incluindo História e Literatura. De autoria da vereadora Flávia Borja (DC), a Lei 11.862/2025 foi aprovada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) no dia 8 de abril deste ano e sancionada em maio pelo presidente da Casa, uma vez que o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) não se manifestou dentro do prazo previsto. As principais críticas apontavam que a legislação feria o princípio da laicidade do Estado e favorecia discriminação religiosa, por priorizar somente o texto de tradição cristã. Na ação, o Psol destacou ainda o princípio de pluralismo e de neutralidade exigido nas escolas públicas, e que a determinação estaria além das competências do legislativo. “Não cabe ao legislativo — federal, estadual ou municipal — definir conteúdos pedagógicos de nossas crianças e adolescentes. A política educacional do país compreende instâncias específicas que tomam decisões embasadas na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, indicou, na época, em artigo publicado no Brasil de Fato MG, a vereadora Luiza Dulci (PT). “Se a Bíblia for utilizada em aulas de história e geografia, como sugere o projeto, ficarão sem aula as e os estudantes que optarem por não participar? O projeto não leva em conta que há outros textos sagrados que deveriam, em iguais condições, ser objeto dos estudos religiosos”, acrescentou a parlamentar. A decisão do TJMG Para a relatora do caso no TJMG, desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto, a decisão de materiais pedagógicos seria de competência privativa da União, ente responsável por legislar sobre educação. Além disso, referindo-se a determinações anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF), ela entendeu que, ao impor o uso da Bíblia, a CMBH fere o princípio de um Estado laico e pode causar práticas discriminatórias. O tribunal também pontuou na sentença que, segundo as diretrizes nacionais da educação, materiais paradidáticos só poderiam ser definidos por meio do debate democrático com a comunidade escolar, respeitando os projetos pedagógicos e, portanto, não por intervenção do legislativo local. Por fim, o TJMG reiterou o caráter plural da educação pública e a obrigatoriedade em respeitar diferentes credos, sem privilegiar conteúdos religiosos e sem ferir a liberdade de escolha de alunos e professores.

QUE PAÍS É ESSE?’ Filho de Renato Russo vai notificar Zema por uso indevido de música

Evento de lançamento da pré-campanha de Zema à Presidência foi embalado pelo hit ‘Que País É Esse?’, mas governador não pediu autorização para uso da canção O filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, vai notificar extrajudicialmente o governador Romeu Zema (Novo) por usar, sem autorização, a música “Que País É Esse?” durante o lançamento da sua pré-campanha à Presidência no último sábado (16/8), em São Paulo. Manfredini é o responsável pela marca Legião Urbana. A entrada do mineiro na cerimônia, passando em meio a militantes que agitavam bandeiras em cores verde e amarelo com o nome do governador ou do partido, foi embalada pelo tradicional riff e pela voz de Renato Russo cantando “Nas favelas, no Senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a Constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação”. Vídeos com a música também foram postados por Zema em suas redes sociais, mas, segundo a banda, o governador de Minas não pediu autorização para o uso da canção. À legenda, foi pedido que se abstenha de usar a música em postagens futuras, independente da plataforma. A música “Que País É Esse” foi lançada em 1987 no terceiro álbum de estúdio da banda brasiliense e chegou a vender mais de um milhão de cópias. Zema lançou sua pré-candidatura à Presidência? O Partido Novo lançou no último sábado (16/8) o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, como pré-candidato à Presidência da República, em evento na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. A cerimônia foi marcada pelo “reposicionamento estratégico”, segundo o secretário de Comunicação de Minas, Bernardo Santos, ao decidir abrir mão do laranja, cor da legenda, e adotar o verde e amarelo associado, nos últimos anos, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Zema aproveitou o discurso para criticar o Partido dos Trabalhadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele afirmou que busca ser eleito para “varrer o PT do mapa” e para “acabar com os abusos e perseguições de Alexandre de Moraes”. A tentativa de se apresentar como uma opção no campo da direita, assim como os outros governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), foi vista como “oportunista” por membros da família Bolsonaro, que exigem que a pauta seja a autorização para que Jair Bolsonaro concorra. O ex-presidente foi condenado a inelegibilidade por oito anos por usar prédios públicos e emissora de televisão estatal para fazer campanha eleitoral durante o pleito de 20222.

Zema fica para trás na corrida digital da direita, aponta pesquisa

Ranking que mensura desempenho nas redes sociais mostra o governador atrás de concorrentes ao Planalto, como os colegas Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Jr (PR) Apesar de recuperar posições no ranking digital de presidenciáveis em setembro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), viu concorrentes da direita avançarem de forma mais expressiva nas redes sociais. Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, ampliaram sua presença digital, enquanto o desempenho de Zema permaneceu mais modesto, reforçando um dos principais desafios do governador: expandir sua projeção nacional. A pesquisa Datrix mostra que, embora Zema tenha revertido a queda registrada em agosto, sua performance na corrida digital entre nomes cotados para o Palácio do Planalto em 2026 ainda aponta limitações, especialmente na capacidade de engajar uma base nacional fora de Minas Gerais. Em setembro, pelo segundo mês consecutivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderou o Índice Datrix de Presidenciáveis (IDP), ferramenta que mensura o desempenho digital de políticos com potencial candidatura presidencial. Atrás dele aparecem Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior, superando inclusive o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve queda significativa após meses em destaque. Segundo João Paulo Castro, CEO da Datrix, setembro foi um mês atípico, marcado pelo bom desempenho de quase todos os presidenciáveis. “Tarcísio teve um bom rendimento, mas comparado ao que normalmente apresenta, ficou abaixo do esperado”, afirma. O índice de avaliação do desempenho dos presidenciáveis combina três critérios: o “colchão reputacional”, que mede a capacidade de mobilização nas próprias redes; o “mar aberto”, que avalia a repercussão externa em menções feitas por jornais, influenciadores e outros políticos; e a análise de buscas em plataformas como Google e TikTok. Os dados geram uma nota que varia de -100 a +100, refletindo a força digital de cada político. Entre os oito nomes avaliados, Zema só superou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Sua melhora, de índice negativo (-1,90) para 11,18 pontos, foi impulsionada, segundo o instituto, por elogios à imagem de “bom gestor” e pela associação ao “liberalismo autêntico” no Brasil. Críticas ao presidente Lula também contribuíram para aumentar seu desempenho digital no último mês. O levantamento também identificou críticas frequentes ao governador Zema, como o aumento de quase 300% em seu próprio salário e críticas relacionadas à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), à qual ele enviou uma proposta de privatização à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Baixo alcance O IDP indica que, embora Zema se beneficie da articulação geral da direita, sua capacidade de mobilização própria é limitada, com nota 8,9 no quesito, evidenciando baixa penetração nacional. Para Zema, a maior fragilidade permanece no “colchão reputacional”, sua dificuldade em engajar uma base nacional. Castro reforça que a comunicação precisa atingir eleitores em todas as regiões do país, não apenas em número de seguidores, mas em engajamento real. “Mesmo com boa avaliação local, suas redes ainda são muito regionalizadas. Se ele não aumentar o alcance e engajamento fora de Minas Gerais, essa será a sua maior fragilidade na corrida de 2026”, diz o especialista. Mesmo assim, Castro aponta espaço para crescimento de Zema nos próximos meses. “Esse é o comportamento esperado de alguém que almeja o Planalto”, observa. Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado, por outro lado, mantêm vantagem histórica sobre Zema, conforme aponta o especialista. A pesquisa mostra que setembro foi marcado por avanços expressivos para ambos: +84% para Caiado e +56% para Ratinho. De acordo com Castro, o governador do Paraná, Ratinho Jr., se posiciona nacionalmente há mais tempo, contando com apoio de figuras como Gilberto Kassab, presidente do PSD, apoio do Centrão e o aumento de 22% no desempenho de suas próprias redes. Caiado, com desempenho mais parecido ao de Zema em redes, se destacou em setembro ao defender a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e ao criticar o governo Lula como “puro marketing”, ações que repercutiram positivamente entre a base bolsonarista, conforme o levantamento. Já o governador paulista recuou 16%, afetado pela indefinição sobre sua candidatura à Presidência, o que abriu espaço para os outros concorrentes da direita. Castro observa que esse ainda é um desafio compartilhado com Caiado e Ratinho, pois o trio ainda não consegue criar uma reputação nacional comparável ao de Lula, Jair Bolsonaro ou Tarcísio. A tentativa de Zema de se inserir nas pautas nacionais, com críticas mais incisivas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo federal, é vista como estratégica, mas arriscada. “Movimentos desse tipo podem gerar repercussão positiva, como ocorreu em setembro, mas também exposição a ataques, como aconteceu com Tarcísio”, alerta Castro. Termômetro das redes Ranking – Índice Datrix de Presidenciáveis (Setembro de 2025) Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 26,60 pontos Ronaldo Caiado (União) 24,69 pontos Ratinho Jr. (PSD) 24,19 pontos Michelle Bolsonaro (PL) 23,29 pontos Eduardo Bolsonaro (PL) 15,04 pontos Ciro Gomes (PDT) 14,18 pontos Tarcísio de Freitas (Republicanos) 13,13 pontos Romeu Zema (Novo) 11,18 pontos Eduardo Leite (PSDB) -1,56 pontos

Ex-governadores enviam carta a Zema contra locação de Palácio da Liberdade para eventos privados

Eduardo Azeredo, Antonio Anastasia, Aécio Neves e Fernando Pimentel assinam texto que critica medida do governo de Minas sobre prédio histórico Quatro ex-governadores de Minas Gerais enviaram uma carta ao atual chefe do Executivo estadual, Romeu Zema (Novo), se posicionando contra à locação do Palácio da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para eventos e atividades privadas. O texto, assinado por Eduardo Azeredo (1995 a 1998), Aécio Neves (2003 a 2010), Antonio Anastasia (2011 a 2014) e Fernando Pimentel (2015 a 2018), foi divulgado nesta quarta-feira (24/9), cinco dias após uma portaria da Fundação Clóvis Salgado autorizar o espaço a se tornar palco de eventos particulares. Na carta, os ex-governadores citam o fato do Palácio da Liberdade ser um Patrimônio Histórico do Estado. O espaço era sede do governo de Minas, antes da transferência para a Cidade Administrativa. O edifício também chegou a ser usado como residência de diversos chefes do Executivo estadual. Azeredo, Neves, Anastasia e Pimentel relatam “inegável surpresa” ao tomarem conhecimento da portaria que autorizou a locação do Palácio da Liberdade para eventos privados. “Tal deliberação, a nosso ver, macula as mais legítimas tradições de nossa história política, pois o símbolo máximo do Poder Público do Estado deixa a sua função essencial e se transforma em cenário de exibição de interesses privados. É fato que o Palácio da Liberdade já serviu de palco para diversas manifestações culturais, sociais e gastronômicas, mas todas elas de iniciativa oficial e com reconhecido caráter de interesse público.” Os ex-governadores temem que, com a locação, haja uma “banalização” do edifício que, hoje, compõe o Circuito Liberdade. A carta, que uniu figuras do PSDB e do PT, reforça que a preocupação vai além de posicionamento político, partidário ou ideológico. “Em outras palavras, na prática, assistiremos à privatização do uso do Palácio, na contramão do simbolismo adquirido pela edificação ao longo da história, qual seja, o de representar, com altivez, a defesa dos valores de Minas”, dizem os ex-governadores. A autorização para locação do Palácio da Liberdade foi publicada no último dia 19 de setembro. A medida libera a utilização de áreas internas e externas do prédio, como o alpendre, hall de entrada, escadaria principal, Sala Rosada, Sala Vermelha, torreões, cinema, tenda e jardins. Os espaços poderão receber tanto ações públicas e institucionais quanto eventos privados, como casamentos, aniversários, confraternizações, coquetéis, lançamentos de produtos e produções audiovisuais.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – Usinas solares avançam sobre áreas da Caatinga

Estudo do MapBiomas aponta que equipamentos fotovoltaicos ocupam 21,8 mil hectares (62%) da Caatinga, sendo Minas Gerais o estado com maior área convertida Por Luiz Ribeiro – Estado de Minas Ao mesmo tempo que avança no país, a transição energética traz impactos para a vegetação nativa, com as usinas fotovoltaicas ocupando, cada vez mais, terrenos da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. Minas Gerais é o estado com maior aproveitamento da energia solar e também a unidade da Federação com maior área do bioma ocupada por painéis solares. É o que aponta levantamento do MapBiomas, divulgado nessa quinta-feira (18/9). A Caatinga abriga 62% (21,8 mil hectares) do total (35,3 mil hectares) das áreas de usinas solares no Brasil. Dos 21,8 mil hectares de instalações de usinas no bioma, 26% (5,6 mil ha) estão localizados em Minas Gerais. A maior parte da área convertida para usinas fotovoltaicas (52,6%, ou 11,4 mil ha) era anteriormente formada por savanas e florestas, enquanto 35% (7,5 mil hectares) eram pastagens. “Essa transição, embora contribua para a matriz energética limpa do país, levanta questões sobre esse uso recente da terra e a conservação da vegetação nativa na Caatinga”, comenta o professor Washington Rocha, coordenador da equipe da Caatinga do MapBiomas. Os dados divulgados resultam de um detalhado levantamento sobre as mudanças ocorridas na cobertura e no uso da terra na Caatinga, feito a partir da Coleção 10 de mapas e dados da rede MapBiomas, cobrindo o período entre 1985 e 2024. O relatório revela que o bioma, que ocupa uma área de 86,2 milhões de hectares, ou 10,1% do território do Brasil, sofreu uma perda de 9,25 milhões de hectares de áreas naturais nos últimos 40 anos, equivalente a 14% de sua cobertura original, com a expansão da agropecuária como principal vetor de transformação. Em 2024, quase dois terços (59%, ou 51,3 milhões de hectares) da Caatinga ainda são cobertos por vegetação nativa, predominantemente formações savânicas (55,9%). Quando contabilizados também corpos d’água, praias, dunas e areais, a área natural da Caatinga sobe para 52,9 milhões de hectares, ou 61% do bioma. Entre os tipos de áreas naturais, a formação savânica foi a mais afetada, perdendo 8,9 milhões de hectares (15,7%) no período. A área antrópica na Caatinga aumentou 39% entre 1985 e 2024, somando 9,2 milhões de hectares de expansão. Mais de um terço (37%, ou 32,3 milhões de hectares) do bioma é ocupado por áreas de uso agropecuário. A pastagem é o principal uso antrópico, respondendo por 24,7% do total do bioma e expandindo 106% (11 milhões de hectares) desde 1985. Proporcionalmente, a agricultura foi o uso da terra que mais cresceu, com um aumento de 1.636% (1,7 milhão de hectares) no mesmo período. Entre os usos agrícolas, as lavouras temporárias predominam, com 1,4 milhão de hectares (74%), enquanto as lavouras perenes ocupam 483 mil hectares (26%). Essa expansão se deu predominantemente sobre a formação savânica, que também é a classe de cobertura natural mais afetada por queimadas anualmente, com uma média de 78% das ocorrências. Nos últimos 40 anos, 11,4 milhões de hectares da Caatinga foram queimados, uma área maior que o território de Portugal. Entre 1985 e 2024, a Caatinga perdeu 66 mil hectares (21%) de superfície de águas naturais. A superfície de água no bioma está concentrada, em sua maioria, em hidrelétricas, que ocupam cerca de 390 mil hectares (42%), principalmente na bacia hidrográfica do rio São Francisco, com 96% (375 mil ha). Os reservatórios correspondem a 32% da área de superfície de água no bioma (297 mil hectares). Todos os estados do bioma registraram redução de áreas naturais nesse período, com 86% (1.042) dos municípios da Caatinga apresentando perda de vegetação nativa. Apesar disso, 55% (670) dos municípios possuem mais de 50% de vegetação nativa. Os estados com maior proporção de áreas naturais em 2024 são Piauí (82%), Ceará (68%), Pernambuco (60%), Bahia (58%) e Paraíba (56%). Já os estados com menor proporção de áreas naturais no ano passado foram Minas Gerais (50%), Rio Grande do Norte (50%), Alagoas (27%) e Sergipe (24%). Um décimo (10%) do território da Caatinga está protegido por Unidades de Conservação (8,2 milhões de hectares), que abrigam 13% da vegetação nativa do bioma (6,8 milhões de hectares) em 2024. Três em cada quatro hectares de Unidades de Conservação (UCs) na Caatinga são de UCs de Uso Sustentável (6,1 milhões de hectares). Nelas, houve redução de 11,8% da área de vegetação nativa entre 1985 e 2024, equivalente a 563 mil hectares.