Morre Luis Fernando Verissimo aos 88 anos

Escritor, cronista e amante do jazz marcou gerações com humor, personagens memoráveis e paixão pelo Internacional Luis Fernando Verissimo, um dos maiores escritores brasileiros, morreu neste sábado (30) aos 88 anos em Porto Alegre. A informação foi divulgada pelo portal G1. Autor de mais de 70 livros e referência no humor literário, Verissimo deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos. Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, Verissimo cresceu em uma casa cercada de livros e cultura. Filho de Erico Verissimo, autor da célebre obra O Tempo e o Vento, herdou o gosto pela escrita informal: “O pai foi um dos primeiros escritores brasileiros a escrever de uma maneira mais informal. E eu acho que herdei um pouco isso”, declarou em uma de suas entrevistas. Além da literatura, cultivava grande paixão pelo jazz e pelo futebol, em especial pelo Internacional, clube ao qual dedicou crônicas e o livro Internacional, Autobiografia de uma Paixão. Sobre sua primeira vez em um estádio, descreveu: “Dava para ver as feições, sentir a respiração deles. Eu estava vendo as cores do jogo, uma sensação completamente diferente. Nunca vou me esquecer também do cheiro de grama”. Do jornalismo à consagração literária Verissimo iniciou sua carreira como revisor no jornal Zero Hora, em 1966. Anos mais tarde, publicou o primeiro livro, O Popular (1973). Ao longo da trajetória, vendeu mais de 5,6 milhões de exemplares, com títulos que marcaram gerações, como Comédias da vida privada, As mentiras que os homens contam e Comédias para se ler na escola. Também foi roteirista da icônica TV Pirata e teve suas crônicas adaptadas para a televisão, entre elas a série Comédias da vida privada, exibida pela Rede Globo nos anos 1990. Seus personagens, como o detetive Ed Mort, o irreverente Analista de Bagé e a crítica Velhinha de Taubaté, se tornaram parte do imaginário popular brasileiro. O escritor tímido e o cronista universal Apesar do sucesso, Verissimo mantinha vida discreta e avessa aos holofotes. Em uma entrevista à RBS TV, confessou: “Tenho horror de fazer isso que estou fazendo agora: dar entrevista, falar em público e tal. Eu sempre digo que não dominei a arte de falar e escrever ao mesmo tempo”. Mas a timidez não o impediu de marcar presença semanal nos jornais O Estado de S. Paulo, O Globo e Zero Hora. Sobre o prazer de escrever, chegou a afirmar: “Essa é uma das vantagens da crônica. A gente pode ser o que quiser escrevendo uma crônica”. Legado de humor e crítica social A irreverência sempre foi um traço forte em sua obra. Sobre completar 80 anos, ironizou: “Têm sido tão agradáveis as homenagens, inclusive da família, que eu tô pensando em fazer 80 anos mais vezes”. No futebol, viveu intensamente o tricampeonato invicto do Inter em 1979 e o título mundial de 2006, quando escreveu a crônica Não me acordem para celebrar a vitória. “Vejo como o triunfo do Gabiru, o grande herói que era criticado. Foi um momento de sonho”, registrou. Um gigante da literatura brasileira Com um estilo que misturava humor, crítica social e lirismo, Luis Fernando Verissimo se consolidou como um dos autores mais lidos e admirados do país. Sua obra seguirá inspirando gerações, seja nas salas de aula, nas crônicas de jornais ou nas adaptações para televisão. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento do escritor.
Atentado contra a democracia mostra que o golpe ainda não morreu

Explosões na Praça dos Três Poderes mostram que extremistas voltaram à carga e que discutir anistia é um erro que pode custar caro ao Brasil Um ano e 10 meses após os ataques ocorridos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, a Praça dos Três Poderes, centro nervoso fulcral da República Federativa do Brasil, tornou-se novamente notícia após a perpetração de um novo ataque terrorista. Bombas, inclusive uma delas instalada num automóvel, explodiram naquela região ultraprotegida da capital federal na noite desta quarta-feira (13) e foram sobretudo direcionadas ao Supremo Tribunal Federal. Ainda é muito cedo para informações mais aprofundadas, mas algumas delas, já confirmadas, apontam para uma nova ação de gente ligada à extrema direita bolsonarista. O sujeito que conduzia o carro-bomba, e que teria morrido no atentado, era de Santa Catarina e mantinha (ou manteve) filiação com o PL, sigla partidária que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a imensa maioria dos pesos-pesados de seu movimento ideológico. Ele foi também candidato a vereador pela legenda. Desde a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023, a insistência dessa extrema direita violentíssima e de cariz fascista é a de que os sujeitos envolvidos no episódio, por óbvio usados como buchas de canhão pelas lideranças do movimento, seriam apenas pobres coitados que foram “orar” pelo Brasil e terminaram na cadeia. A ação desta noite mostra que não. Falamos de uma caterva perigosa, criminosa e que põe a espada no pescoço da sociedade para ameaçá-la com suas insanidades perversas. Nos últimos meses a tônica era a de que um movimento por anistia deveria crescer nas ruas do país e no Congresso Nacional, sendo inclusive reverberado por veículos de comunicação da imprensa hegemônica ditos “isentos”, que passaram a advogar cinicamente pelo perdão a Jair Bolsonaro e pela reversão de sua inelegibilidade. O ato ocorrido há poucas horas na frente do STF descortina uma realidade que todos deveriam ter bem clara diante dos seus olhos: o bolsonarismo não é um “movimento político” com qualquer outro, mas sim uma espécie de seita política que se espelha no que há de mais bizarro e sanguinário, e que emprega métodos criminosos e dantescos para chegar, ou se manter, no poder, inclusive utilizando-se do terrorismo. É necessário deixar explícito que, por ora, não há qualquer informação que aponte diretamente para o ex-presidente ou para seus correligionários mais destacados. Por outro lado, o que se sabe até o momento é suficiente para vaticinar que perdoar e anistiar essa gente, seja o líder máximo do grupo ou qualquer “lobo solitário” que age movido pelo extremismo propalado pelos cabeças do “movimento”, seria assumir uma postura totalmente irresponsável e condescendente com todos esses criminosos, os de ontem e os de hoje.
Eleições 2024: Eder Rios, do PP, é eleito prefeito de Botumirim

Eles teve 53,91% dos votos dados a todos os candidatos. Em segundo lugar ficou Renata da Farmácia, com 46,09%. Eder Rios, do PP, foi eleito neste domingo (6) prefeito de Botumirim (MG) para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Eder Rios teve 2.421 votos, 53,91% dos votos válidos (dados a todos os candidatos). Os dados foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A eleição em Botumirim teve 4.637 votos totais, o que inclui 37 votos brancos, 0,80% dos votos totais, e 109 votos nulos, 2,35%. A abstenção foi de 1.097 eleitores, 19,13% do total de aptos a votar nas eleições 2024 na cidade. Continue lendo após a publicidade Quem é Eder Rios Eder Rios tem 43 anos, é solteiro, tem superior completo e declara à Justiça Eleitoral a ocupação de empresário. Ele declarou um patrimônio de R$ 1.381.643,89. O vice-prefeito eleito em Botumirim é Dim, do UNIÃO, que tem 52 anos. Os dois fazem parte da coligação BOTUMIRIM RUMO AO PROGRESSO, formada pelos partidos PP, PODE, UNIÃO e AVANTE. Veja a proposta de governo de Eder Rios no site do TSE. Fonte: TSE Esta reportagem poderá ser atualizada para incluir os dados da prestação final de contas do candidato. Vereadores eleitos em Botumirim Candidato Partido Situação Votos % 1º Adoniran PSD ELEITO 311 6,91% 2º Bim AVANTE ELEITO 289 6,42% 3º Divani PRD ELEITO 264 5,87% 4º Cosmin AVANTE ELEITO 242 5,38% 5º Paulo Ronny PT ELEITO 229 5,09% 6º Juarez de Facim PP ELEITO 215 4,78% 7º Weliton do Canta Galo PP ELEITO 203 4,51% 8º Lourdes da Dila UNIÃO ELEITO 192 4,27% 9º Valdeci da Saúde PRD ELEITO 149 3,31%
Foi dada a largada para a Meia Maratona José Nardel

Nessa quinta-feira, 6, teve início o período para as inscrições na corrida de rua mais tradicional do Norte de Minas: a Meia Maratona José Nardel. A prova será realizada no dia 30 de junho, o último domingo antes do aniversário de Montes Claros, que completará 167 anos em 3 de julho, e terá percursos de 7 e 21 km. Desta forma, os interessados em participar deverão ficar atentos, uma vez que a corrida tem vagas limitadas e vários benefícios muito valorizados pelos praticantes da modalidade. Entre os atrativos está o percurso inédito, que passará por diversas áreas verdes da cidade (Parque da Paz, Sagarana, Milton Prates, dos Mangues e Sapucaia); a distância de 21 km, uma vez que são pouquíssimas provas na região que disponibilizam essa opção; o kit recheado com camiseta, ecobag, toalha de rosto e par de meias; o valor da inscrição (R$ 50), abaixo do que tem sido praticado nas corridas de rua; a premiação em dinheiro para os atletas mais bem colocados (até R$ 15 mil!); o horário de largada (7 horas) mais cedo, para se evitar o sol intenso… O evento é organizado pela Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria de Esportes e Juventude, e foi concebido como uma construção coletiva, que contou com a participação de representantes de grupos de corrida da cidade. Não podia dar outra coisa! Agora, é com vocês! As vagas são limitadas e as inscrições poderão ser realizadas, a partir dessa quinta-feira, pelo site www.g5sports.net.br. Outra coisa: a inscrição é gratuita para maiores de 60 anos, nos 7 e 21 km, e para pessoas com deficiência vinculadas às instituições filantrópicas de assistência de Montes Claros, nos 7 km. Já os estudantes terão direito à meia entrada, desde que apresentem comprovante de matrícula ou carteirinha estudantil na entrega do kit, que se dará nos dias 27 e 28, entre 8 e 17 horas, e no dia 29, de 8 às 12 horas, na sede da Secretaria de Esportes, na Praça dos Jatobás. (Ascom/ Prefeitura de Montes Claros)
Conselho de Ética arquiva processo contra Janones e revolta Nikolas

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou um processo disciplinar aberto contra André Janones (Avante-MG) por acusação de integrar suposto esquema de desvio de recursos públicos, a “rachadinha”. O colegiado decidiu, por 12 votos a 5, não aceitar a denúncia do PL que pedia sua cassação. Após a votação, ele foi hostilizado por deputados bolsonaristas, trocou empurrões com alguns parlamentares e quase teve um confronto físico com Nikolas Ferreira (PL-MG). Janones teve que ser escoltado pela Polícia Legislativa até a saída do plenário. A denúncia contra ele foi motivada por uma mensagem de áudio em que o deputado mineiro aparece dizendo a assessores que eles teriam que devolver parte do salário para abater um prejuízo na campanha eleitoral de 2016. A votação seguiu o parecer do relator do caso, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que argumentou que o processo não deveria prosseguir por tratar de “fatos ocorridos antes do início do mandato”. “Não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — o mesmo caso visto agora”, afirmou o parlamentar. Após o arquivamento do processo, bolsonaristas partiram para cima de Janones aos gritos de “rachador” e “covarde”. Ele ficou em silêncio por alguns minutos e reagiu posteriormente, chamando Nikolas, que estava fazendo provocações, para uma briga fora das dependências da Câmara. O plenário onde a reunião ocorria foi esvaziado após decisão do presidente do órgão, o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA). Assessores, visitantes e jornalistas foram retirados do local depois da briga entre os parlamentares. Conselho de Ética arquiva denúncia contra Janones e sessão acaba em briga ➡️ Os mais exaltados eram Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zé Trovão (PL-SC), que precisou ser segurado por um policial legislativo pic.twitter.com/RV2qsOaLVF — UOL Notícias (@UOLNoticias) June 5, 2024
Sindpol faz manifestação em frente a casa do governador Romeu Zema

Na manhã desta quarta-feira (24), o Sinndicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais – Sindpol/MG – e as demais entidades de classe marcam presença em manifestação que teve início às 7h na porta da casa do Governador Romeu Zema. O movimento, como sempre, foi pacífico e ordeiro e teve como principal objetivo, manifestar a luta em busca dos direitos da Polícia Civil e de sua categoria. A iniciativa teve como base a nossa indignação perante as ações negligentes relacionadas ao investimento nos servidores públicos por parte do Governador Romeu Zema, que até então, está em dívida com a segurança de Minas Gerais e mesmo tendo recebido várias solicitações de uma solução conveniente para o problema, não nos dá retorno e não escuta a categoria, comentou Breno Almeida, Diretor de Mobilização do Sindpol/MG. Vale ressaltar que, tal dívida citada refere-se à recomposição das nossas perdas inflacionárias, que estão acumuladas há sete anos e chegam a 41,6% de defasagem. Diante disso, fica nítido a importância desse tipo de ato, uma vez que a segurança pública está nas mãos de um Governador que vem falando mentiras e compartilhando propagandas enganosas, não somente para os servidores, mas também, para a população mineira. Por isso, faça parte dessa causa! Você, policial civil, filie-se ao Sindpol/MG. Vamos juntos nessa jornada para que os nossos direitos sejam garantidos pelo Governo, a reação tem que ser agora.
Haddad quer união internacional para taxar super-ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs nesta quarta-feira (28) que os países de todo o mundo se unam para taxar as grandes fortunas. “Precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos. Além de buscar avançar as negociações em andamento na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e ONU [Organização das Nações Unidas], acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá constituir um terceiro pilar da cooperação tributária internacional”, defendeu. Haddad abriu a 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20. O ministro, que deveria presidir os trabalhos, fez seu discurso por transmissão de vídeo. No fim de semana, ele foi diagnosticado com covid-19. Desigualdade O enfrentamento à desigualdade e às mudanças climáticas foram apontados por Haddad como os principais desafios a serem enfrentados de forma conjunta pelos países que compõem o grupo das 20 maiores economias do planeta. “Precisamos entender a mudança climática e a pobreza como desafios verdadeiramente globais, a serem enfrentados por meio de uma nova globalização socioambiental”, enfatizou. Para o ministro, a desigualdade social deve estar no centro das análises e dos planejamentos econômicos. “Acreditamos que a desigualdade não deve ser apenas tratada como uma preocupação social, um mero corolário da política econômica. A nossa política é centrar a desigualdade como uma variável fundamental para análise de políticas econômicas. Queremos desenvolver as ferramentas analíticas mais adequadas para isso”, disse. O abismo que separa os super-ricos das populações mais pobres está relacionado, segundo o ministro, também à questão climática. “Chegamos a uma situação insustentável em que o 1% mais rico detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emitem a mesma quantidade de carbono que os dois terços mais pobres da humanidade”. Nesse contexto, Haddad vê os países menos desenvolvidos economicamente mais prejudicados pelos prejuízos causados pelas mudanças no clima mundial. “A crise climática ganhou força, tornando-se uma verdadeira emergência. Países mais pobres devem arcar com custos ambientais e econômicos crescentes, ao mesmo tempo que veem suas exportações ameaçadas por uma crescente onda protecionista”, ressaltou. O ministro pediu que seja feito um novo entendimento sobre globalização e cooperação internacional, diferente do que ocorreu nas décadas anteriores e vem sendo rejeitado por diversas populações em todo o mundo. “A atual reação à globalização pode ser atribuída ao tipo específico de globalização que prevaleceu até a crise financeira de 2008. Até então, a integração econômica global se confundiu com a liberalização de mercados, a flexibilização das leis trabalhistas, desregulamentação financeira e a livre circulação de capitais. As crises financeiras resultantes causaram grandes perdas socioeconômicas”. Fonte: Agência Brasil
Militante histórico, Aroldo Pereira pede desfiliação do PT de Montes Claros

O poeta e agitador cultural Aroldo Pereira, militante histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) anuncia que está em processo a sua desfiliação dessa sigla partidária. Apesar de conceber o PT como um dos maiores instrumentos das lutas sociais e populares, tendo participado desde o momento da sua fundação e organização no município de Montes Claros, Aroldo Pereira percebe agora a necessidade de mudar os rumos da sua atuação política, mas sem abandonar o campo progressista próprio da esquerda. Um dos principais quadros do PT no município, Aroldo Pereira já disputou cinco eleições para vereador, contribuindo de maneira ampla e coerente nos debates e ações em torno dos propósitos do partido para a implementação de medidas sociais na cidade. Destacando-se sobretudo nas áreas cultural e literária, Aroldo Pereira é o idealizador e coordenador do Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético que acontece anualmente há quase quarenta anos. Com o seu trabalho reconhecido por artistas, intelectuais e escritores de várias partes do Brasil, Aroldo Pereira é também servidor público municipal concursado, sendo que atuou como secretário municipal adjunto da Secretaria Municipal de Cultura no período em que Sued Botelho, também do PT, foi vice-prefeito de Montes Claros,na administração de Athos Avelino. Além disso, Aroldo Pereira foi um dos fundadores do Sindicato dos Servidores Públicos de Montes Claros, tendo participado também como membro da sua direção. Caso confirmada a desfiliação de Aroldo Pereira, o PT municipal perderá um militante de grande atuação.
Blocos de Carnaval de Belo Horizonte unem-se contra postura de Romeu Zema

“Não é de hoje que agentes públicos e privados tentam divulgar que são eles os responsáveis pela festa popular”, dizem os signatários do manifesto Um manifesto assinado por 56 blocos de carnaval de Belo Horizonte critica a postura do governador Romeu Zema (Novo) em relação ao Carnaval. Sob o lema “Por um carnaval plural e com fomento para todos”, o documento alega que o governador de Minas Gerais está “tentando se apropriar da imagem de grande fomentador” do período carnavalesco. Segundo os signatários do manifesto, que será entregue ao Ministério Público Estadual e à Defensoria Pública, a atuação de Romeu Zema busca alimentar disputas com fins eleitorais. Além disso, os blocos dizem que o governo utilizou recursos destinados ao fomento dos trabalhadores da cultura como meio de autopromoção, carecendo de transparência, equidade e isonomia. Leia abaixo a íntegra do manifesto: Por um carnaval plural e com fomento pra geral Manifesto aberto a assinaturas de blocos. Formulário para assinatura ao final. A história de luta e resistência do carnaval belorizontino é tão antiga quanto a criação da própria cidade. Desde o seu surgimento, pelas mãos dos trabalhadores negros que construíram a capital, passando por sua existência comunitária e periférica, até a recente retomada festiva a partir de 2009, a experiência carnavalesca em BH, assim como no Brasil, é cultura popular, resultado da ação da sociedade. Acontece que já não é de hoje que agentes públicos e privados tentam, insistentemente, divulgar para o grande público que são eles os responsáveis pela festa popular. Só que não! Sem susto, assistimos desde o ano passado a um movimento de mão dupla ligado ao financiamento do carnaval da capital: de um lado, a negativa da iniciativa privada de investir recursos diretos na festa e, de outro, o governo estadual, inicialmente contrário à sua realização, tentando capturar a imagem de grande fomentador. Um movimento alimentando o outro. O investimento estadual no carnaval de BH é uma demanda histórica que vem sendo negligenciada pelo Governo Zema, ainda que a propaganda oficial queira divulgar o contrário. Tal negligência não impediu, no entanto, que o carnaval surja mais um ano com força. Neste contexto, o governo estadual vem atuando para alimentar disputas eleitorais com base na festa, adotando uma série de condutas questionáveis. A última – e bastante grave –, foi o posicionamento do governador, Romeu Zema, e do seu vice, Mateus Simões, dando liberdade para a atuação agressiva da polícia militar no carnaval. Praticamente um incentivo do governo ao abuso policial – “Quem não obedecer imediatamente à polícia vai tomar spray de pimenta mesmo, e com o aval do Governo de Minas. Isso é um aviso a todos os foliões”, disse o vice-governador em vídeo veiculado pela imprensa. Nós conhecemos bem os alvos preferenciais do spray, da borracha e da bomba. Enumeramos as demais condutas: 2º – destinam de forma orientada, recursos das Leis de Incentivo à Cultura que deveriam, na verdade, fomentar diretamente os fazedores de cultura na ponta. Ou seja, o estado utiliza a verba de um mecanismo de fomento à sociedade civil para se autopromover a partir de recursos oriundos de empresas públicas. 3º – fazem uso desses recursos públicos sem transparência e sem mecanismos que garantam equidade e isonomia aos diversos segmentos da sociedade. É uma grana dirigida pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de forma discricionária! Vícios sérios que apontam arbitrariedade e até mesmo possíveis ilegalidades; 4º – estimulam a homogeneização e a centralização da festa, investindo pesado na cultura do evento do corredor de trios, em detrimento da diversidade festiva e da sua regionalização. Matéria que já foi alvo, inclusive, de reclamação junto ao Ministério Público; 5º – buscam transformar o carnaval em uma peça de publicidade turística, atraindo de forma irresponsável um número enorme de pessoas para a festa, sem considerar a capacidade da cidade para recebê-las, desrespeitando moradores e foliões. Diante desses fatos e das disputas interesseiras que estão em curso, os blocos que assinam esse manifesto vem publicizar o seu repúdio e exigir: 1) Que os recursos públicos destinados pelo governo do estado ao carnaval de BH sejam distribuídos por meio de mecanismos transparentes e republicanos, com acesso universal e respeitando a diversidade cultural e regional que caracterizam a festa; 2) Que o Ministério Público de Minas Gerais apure possíveis irregularidades do Estado de Minas Gerais no direcionamento dos recursos da Lei de Incentivo à Cultura e no uso dos recursos públicos das empresas estatais, direcionando tais recursos e antecipando a aprovação de projetos em possível desconformidade com o que estabelece a legislação; 3) Que sejam estabelecidos canais oficiais e efetivos de diálogo entre os poderes públicos estadual, municipal e a sociedade civil para definir as diretrizes do carnaval de Belo Horizonte; 4) Que haja um esforço articulado entre poder público e sociedade civil junto à iniciativa privada para pressionar, sobretudo os segmentos que mais lucram com o carnaval, como as grandes marcas de bebidas, empresas de transporte e o grande setor hoteleiro e de alimentação, para que invistam diretamente nos blocos de rua e em infraestrutura para a cidade parte dos recursos que a festa gera na sua realização; 5) Que a Defensoria Pública de MG e o Ministério Público Estadual tomem medidas preventivas para coibir possíveis arbitrariedades de conduta policial durante o carnaval. Subscrevem: Bloco – Regional Corte Devassa – Centro Sul Toca Raul Agremiação Psicodélica – Centro Sul Mama na Vaca – Centro Sul Bloco da Praia da Estação – Centro Sul Bloco da Bicicletinha – Centro Sul Filhos de Tcha Tcha – Nordeste Vira o Santo – Nordeste Sambô São Salvador – Noroeste Ôôô Glória – Noroeste Brócolis – Noroeste CarnaKolping – Noroeste Carna Rock SK8 – Noroeste Transborda – Noroeste Magnólia – Noroeste Bloco do Peixoto – Leste Tetê a Santa – Leste Blocomum – Leste Filhotes – Leste Tico Tico Serra Copo – Bloco Nômade Bloco do Manjericão – Bloco Nômade Cortejo do Zodíaco – Bloco Nômade Mineira System – Leste Lua de Cristal – Centro Sul Queimando o Filme –
Carnaval BH: blocos assinam manifesto contra Governo Zema

Manifesto assinado por 56 blocos pede ao MP e á Defensoria Pública apuração de eventuais irregularidades na distribuição de patrocínio Blocos de Carnaval de Belo Horizonte solicitaram ao Ministério Público e à Defensoria Pública a abertura de um procedimento para apurar eventuais irregularidades no direcionamento da Lei de Incentivo à Cultura e no uso de recursos das estatais para o patrocínio da festa em possível desacordo com a legislação. Um manifesto, assinado por 56 blocos de carnaval da capital mineira e divulgado na quarta-feira (24), denuncia a postura de Romeu Zema (Novo), em relação ao período da maior festa popular de Belo Horizonte. Com o mote “Por um carnaval plural e com fomento para geral”, o documento afirma que o governador de Minas Gerais está “tentando capturar a imagem de grande fomentador” do período carnavalesco. Para os signatários do manifesto, que será entregue ao Ministério Público Estadual e à Defensoria Pública, a atuação de Romeu Zema tem o objetivo de alimentar disputas, com fins eleitorais. “A história de luta e resistência do carnaval belo-horizontino é tão antiga quanto a criação da própria cidade. A experiência carnavalesca em BH, assim como no Brasil, é cultura popular, resultado da ação da sociedade. Não é de hoje que agentes públicos e privados tentam divulgar que são eles os responsáveis pela festa popular”, diz o texto. Os blocos também denunciam que o governo utiliza verba voltada para o fomento aos trabalhadores da cultura como forma de se autopromover, não tem transparência, equidade e isonomia na utilização dos recursos públicos. Além disso, o manifesto repudia a postura do vice-governador Mateus Simões (Novo), que recentemente deu declarações em coletiva de imprensa que, na avaliação dos signatários, estimulam “a atuação agressiva da Polícia Militar no carnaval”. Entre os blocos que assinam a carta, estão a “Corte Devassa”, o “Então, Brilha” e o “Magnólia”. Confira manifesto na íntegra: Por um carnaval plural e com fomento pra geral Manifesto aberto a assinaturas de blocos. Formulário para assinatura ao final. A história de luta e resistência do carnaval belorizontino é tão antiga quanto a criação da própria cidade. Desde o seu surgimento, pelas mãos dos trabalhadores negros que construíram a capital, passando por sua existência comunitária e periférica, até a recente retomada festiva a partir de 2009, a experiência carnavalesca em BH, assim como no Brasil, é cultura popular, resultado da ação da sociedade. Acontece que já não é de hoje que agentes públicos e privados tentam, insistentemente, divulgar para o grande público que são eles os responsáveis pela festa popular. Só que não! Sem susto, assistimos desde o ano passado a um movimento de mão dupla ligado ao financiamento do carnaval da capital: de um lado, a negativa da iniciativa privada de investir recursos diretos na festa e, de outro, o governo estadual, inicialmente contrário à sua realização, tentando capturar a imagem de grande fomentador. Um movimento alimentando o outro. O investimento estadual no carnaval de BH é uma demanda histórica que vem sendo negligenciada pelo Governo Zema, ainda que a propaganda oficial queira divulgar o contrário. Tal negligência não impediu, no entanto, que o carnaval surja mais um ano com força. Neste contexto, o governo estadual vem atuando para alimentar disputas eleitorais com base na festa, adotando uma série de condutas questionáveis. A última – e bastante grave –, foi o posicionamento do governador, Romeu Zema, e do seu vice, Mateus Simões, dando liberdade para a atuação agressiva da polícia militar no carnaval. Praticamente um incentivo do governo ao abuso policial – “Quem não obedecer imediatamente à polícia vai tomar spray de pimenta mesmo, e com o aval do Governo de Minas. Isso é um aviso a todos os foliões”, disse o vice-governador em vídeo veiculado pela imprensa. Nós conhecemos bem os alvos preferenciais do spray, da borracha e da bomba. Enumeramos as demais condutas: 2º – destinam de forma orientada, recursos das Leis de Incentivo à Cultura que deveriam, na verdade, fomentar diretamente os fazedores de cultura na ponta. Ou seja, o estado utiliza a verba de um mecanismo de fomento à sociedade civil para se autopromover a partir de recursos oriundos de empresas públicas. 3º – fazem uso desses recursos públicos sem transparência e sem mecanismos que garantam equidade e isonomia aos diversos segmentos da sociedade. É uma grana dirigida pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de forma discricionária! Vícios sérios que apontam arbitrariedade e até mesmo possíveis ilegalidades; 4º – estimulam a homogeneização e a centralização da festa, investindo pesado na cultura do evento do corredor de trios, em detrimento da diversidade festiva e da sua regionalização. Matéria que já foi alvo, inclusive, de reclamação junto ao Ministério Público; 5º – buscam transformar o carnaval em uma peça de publicidade turística, atraindo de forma irresponsável um número enorme de pessoas para a festa, sem considerar a capacidade da cidade para recebê-las, desrespeitando moradores e foliões. Diante desses fatos e das disputas interesseiras que estão em curso, os blocos que assinam esse manifesto vem publicizar o seu repúdio e exigir: 1) Que os recursos públicos destinados pelo governo do estado ao carnaval de BH sejam distribuídos por meio de mecanismos transparentes e republicanos, com acesso universal e respeitando a diversidade cultural e regional que caracterizam a festa; 2) Que o Ministério Público de Minas Gerais apure possíveis irregularidades do Estado de Minas Gerais no direcionamento dos recursos da Lei de Incentivo à Cultura e no uso dos recursos públicos das empresas estatais, direcionando tais recursos e antecipando a aprovação de projetos em possível desconformidade com o que estabelece a legislação; 3) Que sejam estabelecidos canais oficiais e efetivos de diálogo entre os poderes públicos estadual, municipal e a sociedade civil para definir as diretrizes do carnaval de Belo Horizonte; 4) Que haja um esforço articulado entre poder público e sociedade civil junto à iniciativa privada para pressionar, sobretudo os segmentos que mais lucram com o carnaval, como as grandes marcas de bebidas, empresas de transporte e o grande setor hoteleiro e de alimentação, para