Ensino remoto na Universidade Estadual de Montes Claros exclui estudantes pobres

Trinta por cento dos alunos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), notadamente os mais pobres, não têm acesso ao ensino remoto em tempos de pandemia do Covid-19, mesmo com a disponibilização de 1200 bolsas de internet no valor de R$ 80 cada. Isso porque o tempo de contrato feito pelas operadoras é incompatível com a necessidade dos cursos e não cabe no bolso de grande parte dos estudantes. Há ainda o fato de que em algumas localidades da região não há acesso de qualidade à internet. Essa é uma das preocupações da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), que detectou essa dificuldade entre a parcela dos estudantes de menor renda. A própria universidade já admitiu sua incapacidade de atender a todos. Lidar com esse momento é apenas um dos problemas enfrentados no processo didático da instituição durante o período de pandemia. Os professores tiveram que se adaptar, investindo do próprio bolso e se estruturando para poder dar as aulas. Muitos foram obrigados a se capacitar nas novas tecnologias, comprar computadores e adquirir novos planos de internet. Não houve, de acordo com a categoria, investimento da Unimontes para propiciar ensino remoto de qualidade. Segundo a diretoria da Adunimontes, não há, por exemplo, uma plataforma fixa para que os professores repassem ministrem as aulas. A entidade defende que a universidade teria que oferecer formas de o professor trabalhar, ao invés dele próprio ter que “correr atrás”. A situação tem incomodado e angustiado a categoria. “Nossa maior angústia é o fato do ensino remoto excluir boa parte dos estudantes, não substituir o ensino presencial e não haver plano concreto nenhum pelo governo de estado para uma volta segura ao presencial”, disse a presidente da entidade, professora Ana Paula Thé. “Não sabemos o orçamento que será disponibilizado e nem se haverá teste, o que é de fundamental importância”, completou. O professor Rômulo Barbosa, que tomará posse no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepex) nesta semana, entende que, ao se submeter às decisões do governo do Estado, a Unimontes está perdendo sua autonomia como universidade. Ele disse que cobrará uma posição do Conselho em relação a essa situação. Para Barbosa, a deficiência no ensino remoto, que conta quase que exclusivamente com o esforço e compromisso dos professores, é um exemplo de como a universidade está submissa ao governo. “O resultado é que estamos sem condições de fazer bem feito e o aluno está ficando para trás”, protestou. A professora Dedora Amaral avalia que não houve nenhum planejamento para o ensino remoto. “Está sendo um salve-se quem puder”, criticou, acrescentando que os professores aceitaram compulsoriamente levar a cabo esse processo usando ferramentas de qualquer forma, por omissão da instituição. Para Ana Thé, a postura da categoria vem do fato de que muitos colegas temem perder seus contratos caso se rebelem contra essa situação. Ela informou que a entidade foi bombardeada ao se colocar contrária à forma como seria praticado o ensino remoto. O problema, segundo ela, é que hoje a carreira está contaminada por penduricalhos, que tornam os profissionais vulneráveis ás decisões do governo, por mais maléficas que possam ser. Ela citou a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) como exemplo de instituição que soube lidar melhor com o advento do ensino remoto, adotando critérios para se adaptar ao momento de pandemia. Segundo a dirigente, foram feitas, por exemplo, opções de plataformas mais adequadas de acesso ao ensino dos alunos com dificuldades financeiras.
Joba Costa reúne coletânea para doação às instituições públicas de ensino

– O antropólogo João Batista de Almeida Costa lançou uma vaquinha on line para custear a publicação do livro Norte de Minas, Cultura Catrumana, Suas Gentes, Razão Liminar, uma coletânea de seus estudos sobre a origem e formação do Norte de Minas. O objetivo é imprimir 2.000 exemplares com 380 páginas e doá-los às escolas municipais e estaduais, bem como às instituições de ensino superior da região. Haverá ainda uma edição em e-book. O livro, dividido em 3 seções, trata da cultura regional em si e sua relação com Minas Gerais como abertura dos capítulos. Em seguida são abordados os Quilombos, que na região somam mais de 200. A terceira seção é reservada aos estudos sobre Comunidades Tradicionais, grupos étnicos conhecidos como Geraizeiros, Veredeiros, Caatingueiros, Vazanteiros, Indígenas e Apanhadores de Flores. Formado pela UnB e um dos maiores estudiosos da região, ele conta que teve a ideia de organizar esse trabalho durante o isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, para ocupar seu tempo. “Sempre fui cobrado para divulgar meus estudos já publicados em revistas acadêmicas, pois a maioria das pessoas não têm acesso às revistas especializadas”, revela Joba Costa. A pessoa que contribuir com até R$ 20,00 receberá via e–mail a edição e-book do livro. Acima desse valor, o doador ganha ainda uma versão impressa, sendo a quantidade de acordo com o valor da doação mais o valor do envio pelos Correios. “O livro não será comercializado. É um presente meu para as gentes de nossa singular região, cuja história, cultura eeconomia tem sido fundamental para Minas Gerais desde o início do século XVIII”, reforça João Batista de Almeida Costa. Mais informações no site da Vakinha: Norte de Minas e a razão liminar.
Proposta de Bolsonaro quer mais dinheiro para a Defesa do que para a Educação em 2021

– Universidades públicas vão reduzir serviços e estruturas se corte de 1,4 bilhão for aprovado – Para a UFF, que administra hospital, realiza atendimento veterinário e oferece à população cultura em teatro, cinema e museu, impacto inviabiliza serviços – Divulgação O Ministério da Educação (MEC) poderá ter um corte de 18,2% no orçamento de 2021 em relação ao ano atual. A redução representa que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve deixar de destinar aproximadamente R$ 4,2 bilhões à escolas públicas, universidades e institutos federais de todo o país, reservando mais dinheiro para as Forças Armadas do que para a Educação. A proposta que deve ser enviada pelo Palácio do Planalto até o próximo dia 31 para ser votada, vem chamando a atenção até de parlamentares mais liberais no Congresso Nacional. A estimativa é de que o MEC tenha 5,6 bilhões a menos que a Defesa, que terá orçamento de R$ 111 bilhões. Ao ser questionado por jornalistas na última terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), disse que “não faz sentido nem do ponto de vista político” que o MEC receba menos recursos que a Defesa. Outro ponto é que os recursos destinados a realização do Censo podem ser remanejados para viabilizar o incremento de recursos da Defesa – cerca de R$ 2 bilhões, o que impossibilitaria a realização da pesquisa, também adiada em 2019. Economia Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Sicsú, o governo federal parte de um entendimento de que cortes públicos afetam apenas o setor público. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele afirma que esse diagnóstico errado é absorvido pelo empresariado, que não faz pressão para que investimentos públicos sejam mantidos, o que prejudica a economia do país. Leia também: Doria pode tirar R$ 1 bilhão da USP, Unesp, Unicamp e Fapesp ainda em 2020 “As universidades públicas são multiplicadoras de empregos. Quando o governo corta verba da universidade, ela deixa de contratar a empresa de vigilância, a empresa de higiene e manutenção, entre outros serviços. E a empresa, que perdeu esses contratos, tem queda de demanda e demite seus funcionários. Sem salários, esses desempregados deixam de consumir e isso provoca o que chamamos de efeito multiplicador negativo”, explica. Em nota, o Conselho Universitário da UFRJ confirmou que precisará “cortar atividades de limpeza, de segurança e provavelmente seremos obrigados a manter áreas inteiras fechadas”. Primeira instituição oficial de ensino superior do Brasil, com 227 anos, a UFRJ ressaltou que os cortes provocarão danos com a redução da assistência estudantil que se soma à alta taxa de desemprego no país. “Isso tudo no contexto em que a universidade está toda mobilizada para combater o coronavírus, em diversas frentes, e justamente quando ela investe para não deixar ninguém para trás e assegurar a acolhida tecnológica, pedagógica e sanitária do seu corpo social e de toda comunidade que ela serve”, diz a nota do Conselho Universitário. Impacto nas universidades Reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o professor Ricardo Luiz Louro Berbara disse ao Brasil de Fato que a instituição vai ter perda de aproximadamente R$ 13 milhões em 2021 e que os recursos vão permitir “no limite, pagar contas de luz, água e outros gastos básicos”. A contratação de servidores, já que muitos se aposentam no ano que vem, não será possível. A medida de Bolsonaro também inviabiliza a pesquisa científica em diversos departamentos. “A Rural [UFRRJ] ficará impossibilitada por completo de dar continuidade a obras, precisará interromper o apoio a missões de estudo de trabalho, manutenção de espaços prediais e de nossas amplas áreas de produção animal e vegetal. Todas as ações de custeio e investimento estarão completamente paralisadas pela completa falta de recursos orçamentários. Temo muito pelo futuro da universidade pública, que provavelmente vai ter que encerrar boa parte de suas atividades acadêmicas por falta de orçamento”, completou Berbara. Recursos da UFRRJ, localizada em Seropédica (RJ), vão permitir “no limite, pagar contas de luz, água e outros gastos básicos”, segundo reitor/ Divulgação Para as universidades e institutos federais de todo o país, o corte representa menos R$ 1,4 bilhão. Um levantamento da Pró-Reitoria de Planejamento da Universidade Federal Fluminense (UFF) prevê um impacto de R$ 31,2 milhões no orçamento de custeio, que é destinado à manutenção da universidade, em gastos com luz, água, internet, empresas terceirizadas, entre outros. “Surpreende negativamente que este corte tenha sido proposto durante o enfrentamento da pandemia de Covid-19, momento no qual as universidades federais e institutos de pesquisa tomaram a frente do combate por meio dos hospitais universitários, ações de extensão e responsabilidade social e projetos acadêmicos”, disse a Reitoria da UFF, por meio de nota. A UFF também prevê perda de R$ 971 mil para obras de construção de prédios e compra de equipamentos e material permanente. Com o reajuste proposto, o recurso para assistência estudantil sofrerá um decréscimo de R$ 32,8 milhões para R$ 26,8 milhões em 2021. A instituição tem o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), um hospital de medicina veterinária, farmácia, pré-vestibulares populares, atendimento dentário e psicológico e um Centro de Artes, que inclui museu, cinema e teatro, todos com atendimento e serviço gratuito para a população. “A ignorância do governo Bolsonaro prefere mentes vazias a mentes produtivas. É a educação que faz do futuro um lugar de esperava e transformação. Bolsonaro é inimigo da Educação. Agora quer acabar de vez com nossas universidades. A educação brasileira pede socorro”, declarou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) à Agência Senado. João Sicsú, da UFRJ, também critica o que ele definiu como sendo as prioridades do governo federal, mas que trazem como consequência o prejuízo ao país. O auxílio emergencial de R$ 600 em função da pandemia da covid-19 que Bolsonaro resistiu a implementar, mas que o Congresso Nacional aprovou, é o exemplo mais recente de um efeito multiplicador positivo, termo para designar a circulação de dinheiro nas várias esferas da economia do país. “A alocação de
Unimontes não paga professores sob regime de Dedicação Exclusiva e revolta categoria

– Representação da categoria denuncia omissão da reitoria, na contramão da valorização da carreira – A Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes) criou uma comissão, integrada por cinco professores, para fazer gestões junto ao governo de Minas pelo pagamento do Regime de Tempo Integral com Dedicação Exclusiva a dezenas de professores que asseguram o ensino, a pesquisa e a extensão na Universidade Estadual de Montes Claros. Segundo o diretor da entidade, Gustavo Cepolini, os membros da comissão atuarão no governo, no Judiciário e politicamente, na Assembleia Legislativa. Ele denunciou que desde 2016, 48 mestres e doutores estão tendo esse direito violado, numa combinação entre a gestão da universidade e o governo estadual. O acesso ao pagamento das DE`s foi aprovado em todas as instâncias da Unimontes, bem como publicadas no Diário Oficial de Minas Gerais. Semana passada a Assembleia aprovou requerimento, de autoria do deputado Celinho Sintrocel (PCdoB), solicitando que o governo pague o adicional de Dedicação Exclusiva aos professores da Unimontes. A Adunimontes alega que a concessão da DE é fundamental para o desenvolvimento da instituição, pois assegura o tripé ensino, pesquisa e extensão, garantindo, assim, a autonomia da universidade, como prevê a Constituição Federal. A alegação para o não pagamento era a de que o estado atingira os limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), manobra que já havia sido questionada judicialmente e pelo Legislativo. A justificativa caiu por terra de vez em janeiro de 2020, quando o próprio governador Romeu Zema (Novo) anunciou que Minas Gerais saiu do regime prudencial, o que deveria abrir caminho para a implementação imediata da Dedicação Exclusiva aos professores da Unimontes. “Ressalta-se ainda, conforme previsto no concurso para Professores de educação superior de 2014 da Unimontes que no regime de Dedicação Exclusiva, conforme disposto na Lei Estadual n°. 15.463/05, a jornada de trabalho deverá ser de 40 horas semanais, em tempo integral, com impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública ou privada. As atividades de magistério serão exercidas em período diurno ou noturno, a critério da Unimontes”, pontua Cepolini. “Apesar de o regime ter sido aprovado pelo Conselho Universitário, os 48 professores continuam sem nenhuma justificativa plausível da universidade para o não recebimento desse direito fundamental para o fortalecimento de uma universidade pública da envergadura da Unimontes”, lamenta o diretor, segundo o qual as sucessivas gestões da universidade não se empenham para resolver administrativamente o problema. Sem apresentar nenhuma justificativa, em abril a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) informou à Unimontes, em resposta ao ofício que pedia autorização para o pagamento do adicional, que o Comitê de Orçamento e Finanças havia negado o pedido. Em reunião ampliada da diretoria da Adunimontes, os professores reiteraram o descontentamento pela omissão do reitor Antônio Alvimar, criticado pelo silêncio em relação às solicitações da categoria por respostas e pela intolerância às críticas. “Trata-se de uma situação inaceitável, pois há fortes indícios de violações das normas e legislações de transparência da administração pública”, denuncia carta aberta divulgada pela entidade.
Weintraub, que está nos EUA, vira persona non grata em Brasília

– Título foi concedido pela Câmara Legislativa do DF devido ofensas que ele dirigiu à cidade em reunião ministerial – O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub é agora persona non grata em Brasília. O título foi concedido em moção apresentada pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT) e aprovada por unanimidade pelos 13 parlamentares presentes à sessão em que foi discutida, na tarde da quarta-feira (12). Esse tipo de moção é rara no DF e há muitos anos uma proposta semelhante não era apresentada. A proposta foi apresentada devido a ofensas que Weuntraub disparou contra Brasília durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, que teve o vídeo divulgado. “Eu não quero ser escravo nesse país. E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília. Brasília é muito pior do que eu podia imaginar. As pessoas aqui perdem a percepção, a empatia, a relação com o povo. Se sentem inexpugnáveis”, disse ele na reunião. “Brasília não pode se permitir ficar calada diante das agressões sofridas. Por essas razões, com muita justiça, o ex-ministro não merece consideração desta cidade e, agora, é persona non grata”, disse Chico Vigilante. Na proposta de moção, o deputado escreveu que “são pessoas como esse Ministro e seu Presidente que precisam de palavrões, xingamentos e outros impropérios para encobrir a total falta de projeto para o Brasil e a absolta falta de compreensão sobre o atual estágio de civilidade em que nos encontramos e contra o qual eles lutam incansavelmente para retornar com os sóbrios tempos da Ditadura Militar e todos os malefícios causados à nossa gente. 1964 passou, mas seus fantasmas acham que podem voltar”. Weintraub ganhou do presidente Jair Bolsonaro uma indicação para ser diretor no Banco Mundial e foi para os EUA em junho com a ajuda do Itamaraty, utilizando passaporte diplomático, mesmo após ter sido exonerado.
Acusação sem provas de Zema causa indignação entre membros da Adunimontes

– Sind-UTE aciona governador para ele explicar acusação de “rachadinha” contra representantes dos trabalhadores – * Por Waldo Ferreira Durante o mandato do ex-governador Fernando Pimentel os sindicatos que representam o funcionalismo público em Minas Gerais fizeram várias greves. A Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), por exemplo, realizou quatro paralisações, duas delas de mais de 120 dias. Em 2016, inclusive, chegou a fazer o enterro simbólico de Pimentel. Por isso, causou estranheza a fala despropositada do atual governador Romeu Zema (Novo), que acusou, sem apresentar qualquer prova, sindicalistas de, segundo ele, terem se omitido naquele período porque eram privilegiados com cargos na gestão do ex-governador. Ao criticar a posição contrária dos sindicatos à reforma da Previdência em Minas, Zema chegou a comparar esses supostos benefícios auma “rachadinha”, prática criminosa em queservidores públicos são obrigados a repassar parte de seus salários para políticos ou assessores parlamentares. A “rachadinha” foi adotada pelo clã Bolsonaro, apoiado por Romeu Zema. Por conta desse apoio incondicional ele também não assinou a carta dos governadores em apoio ao Fundeb. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a declaração do governador. “Zema deve se explicar pela fala caluniosa contra os sindicatos e o funcionalismo público de Minas. O que ele disse é ofensivo e criminoso”, reagiu a presidente da Adunimontes, Ana Paula Thé. Ela lembrou que no período de Pimentel a entidade organizou sete meses de greve, divididos em dois movimentos, um em 2016 e outro em 2018, na luta pela carreira e pelas incorporações das gratificações GDPES e Pós de Giz, que são mais da metade do salário do professor – o pior vencimento básico do ensino superior público do Brasil. Ana Thé informou que os diretores da entidade não recebem salário, nenhum pró-labore e ainda contribuem com a mensalidade sindical, como qualquer outro associado. “Não temos na Unimontes o direito de afastamento para o trabalho sindical e nem horas de encargos docentes contabilizados com o tempo que disponibilizamos para a associação docente. Tudo o que Zema se refere em relação ao servidor público é mentira”, reforçou. Segundo Ana Thé, o governador está usando da prática de fake News para se desviar de responder por que está propondo, em plena pandemia – com os servidores públicos trabalhando nas diversas frentes de combate a Covid-19 -, uma reforma da Previdência que propõe alíquotas progressivas entre 13 a 19% e é considerada a mais nociva aos trabalhadores entre todas as propostas apresentadas pelos demais estados. O diretor de relações sindicais da Adunimontes, Afrânio Farias de Melo Júnior, reagiu com indignação ao que chamou de leviandade do governador. “O que recebemos de benesse do governo passado? Fomos o sindicato que mais fez greve no período do governo Pimentel. A qual rachadinha Zema se refere?”, disse. A reforma achata os salários dos servidores e retira direitos. Encaminhada por Romeu Zema a proposta tramita na Assembleia Legislativa. *Jornalista e assessor de comunicação da Adunimontes
Fundeb foi aprovado na Câmara, contra a vontade de Bolsonaro e Zema

Com a orientação de todos os partidos, a Câmara aprovou na terça-feira (21) o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação — Fundeb. Mais cedo, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) denunciou que havia uma manobra dos governistas no sentido de esvaziar a votação boicotando a sessão. Como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional, ela precisa ser aprovada por 3/5 dos deputados em dois turnos; ou seja, precisa de 308 votos favoráveis. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) não assinou a carta em defesa do novo Fundeb. Até parece que Minas não precisa melhorar a educação pública. Também não assinaram o governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima (PSC); de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (PSL); do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC); de Santa Cataria, Carlos Moisés (PSL); e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Eles não querem desafiar a autoridade de Bolsonaro. Carta em defesa do novo Fundeb Governadores de dezenove estados mais o Distrito Federal publicaram nesta segunda-feira (20) uma carta pedindo a imediata aprovação do substitutivo da deputada Professora Dorinha Seabra que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação — Fundeb. O documento aponta que o Fundo é o principal mecanismo de financiamento da educação básica pública brasileira. Leia a íntegra do documento: Nota pública em defesa do novo Fundeb O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação — Fundeb é o principal mecanismo de financiamento da educação básica pública. Além de garantir um patamar mínimo de investimento por aluno em todo o País, reduzindo as desigualdades educacionais, o Fundeb, em razão de seu caráter redistributivo, concretiza a cooperação interfederativa em matéria educacional. Diante do iminente término da vigência do Fundo, faz-se necessária a urgente aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição — PEC que o torne permanente, eleve a participação da União no financiamento da educação básica e dialogue com as metas e estratégias previstas no Plano Nacional de Educação. Nesse sentido, os Governadores abaixo assinados manifestam apoio à imediata aprovação do substitutivo à PEC 15/2015, apresentado pela Deputada Federal Professora Dorinha Seabra Resende no último dia 10 de julho, considerando tratar-se de proposta derivada de amplo e democrático processo de discussão, a qual sintetiza formulações de diversos setores da sociedade e permite aos Entes Federativos avançar nos aspectos fundamentais da matéria: acesso, qualidade e valorização dos profissionais de educação. Assinam esta carta: GLADSON CAMELI Governador do Estacio do Acre RENAN FILHO Governador do Estado de Alagoas WALDEZ GÓES Govemador do Estado do Amapá RUI COSTA Governador do Estado da Bahia CAMILO SANTANA Govemador do Estado do Ceará IBANEIS ROCHA Governador do Distrito Federal RENATO CASAGRANDE Governador do Estado do Espírito Santo RONALDO CAIADO Governador do Estado de Goiás MAURO MENDES Govemador do Estado de Mato Grosso REINALDO AZAMBUJA Governador do Estado de Mato Grosso do Sul FLÁVIO DINO Governador do Estado do Maranhão HELDER BARBALHO Governador do Estado do Pará JOÃO AZEVÉDO Governador do Estado da Paraíba PAULO CÁMARA Governador do Estado de Pernambuco WELUNGTON DIAS Governador do Estado do Piauí FÁTIMA BEZERRA Governadora do Estado do Rio Grande do Norte ANTONIO DENARIUM Governador do Estado de Roraima JOÃO DORIA Governador do Estado de São Paulo BELIVALDO CHAGAS Governador do Estado de Sergipe MAURO CARLESSE Governador do Estado do Tocantins Brasília, 20 julho de 2020.
Bolsonaro nomeia Pastor Milton Ribeiro para o ministério da Educação

– O novo ministro da Educação do governo Bolsonaro é o professor e pastor Milton Ribeiro. A nomeação foi divulgada nas redes sociais do presidente da República e oficializada minutos depois em edição extra do Diário Oficial. Também nesta sexta-feira (10), Bolsonaro nomeou novos integrantes para o Conselho Nacional de Educação (CNE), ignorando indicados pelos secretários estaduais e municipais do setor. O cargo do MEC estava vago desde 18 de junho, com a saída de Abraham Weintraub. Um outro professor, Alberto Decotelli, chegou a ser anunciado como ministro, mas não chegou sequer a assumir o ministério. Decotelli pediu demissão após denúncias de ter incluído informações falsas em seu currículo e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado. Milton Ribeiro é pastor presbiteriano e integra a Comissão de Ética Pública, por indicação de Bolsonaro. Velho testamento O currículo Lattes do novo ministro informa que Milton Ribeiro tem graduação em Teologia e em Direito. Ainda segundo a plataforma, ele tem mestrado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). O pastor tem especialização no Velho Testamento pelo Centro Teológico Andrew Jumper, em Teologia do Velho Testamento pelo Mackenzie, em Gestão Universitária pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub) e em Direito Imobiliário pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas). No Mackenzie, integra o conselho deliberativo da entidade mantenedora. E atuou como reitor em exercício e vice-reitor. Conselho olavista Entre os 11 novos nomes indicados por Bolsonaro para o Conselho Nacional de Educação, há um aluno do escritor e mentor de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, um dono de universidade privada e um ministro do Superior Tribunal Militar. Os nomes fazem parte de uma lista de indicados pelo ex-ministro Abraham Weintraub. Por outro lado, não há nenhum representante dos secretários estaduais e municipais, respectivamente o Conselho de Secretários Estaduais de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). As entidades divulgaram nota repudiando as nomeações que contam com integrantes da educação privada. O CNE é um órgão de assessoramento do Ministério da Educação (MEC), responsável por propor políticas públicas. O ex-ministro da Educação Fernando Haddad criticou as nomeações. “Não sei de onde sai essa gente”, afirmou. “Eles não interagem. Não trabalham a educação como sistema, mas como trincheiras de uma guerra cultural”, afirmou Haddad, que foi ministro da pasta por mais de sete anos. Leia a nota do Consed e da Undime “O Conselho Nacional de Secretários de Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, que até a formação atual tinham vagas no Conselho Nacional de Educação, vêm a público repudiar os critérios utilizados pelo Governo Federal para a nova composição do CNE. Ignorar as indicações das instituições responsáveis pela gestão dos sistemas públicos de educação e desconsiderar as representações de 27 redes estaduais e 5.568 redes municipais vai na contramão da instituição do Sistema Nacional de Educação. O CNE é um órgão de Estado e não de um governo. Enquanto instituição máxima da Educação, para ter respeitabilidade, legitimidade e autenticidade em suas decisões, deveria ter o mínimo de uma representação das redes públicas estaduais e municipais, responsáveis por mais de 80% de todas as matrículas da Educação Básica do País e mais de 40 milhões de estudantes. Ademais, neste momento em que o país se encontra às voltas com a expectativa pela nomeação de um novo ministro da Educação, quando diálogo, reconhecimento e respeito mútuos são valores essenciais para nossa relação com o MEC, desconsiderar as sugestões dos gestores da educação pública de todo o país para a composição de um colegiado tão importante como o CNE transmite uma mensagem negativa e preocupante. Por fim, no sentido de coibir decisões equivocadas que não respeitam e não consideram a importância da articulação entre as três instâncias federativas, faz-se necessário e urgente que o Congresso Nacional regulamente o SNE, estabelecendo em lei nova forma de composição do CNE, com a devida representação paritária das três esferas de governo.”
MEC, ainda sem ministro, anuncia que Enem será em janeiro de 2021 e estudantes criticam

– O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve a aplicação adiada por causa da pandemia do novo coronavírus, foi remarcado para os dias 17 e 24 de janeiro, na sua versão impressa. A nova data para aplicação das provas foi divulgada ontem (8), durante coletiva de imprensa transmitida pela internet, que contou com a presença do secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo Vogel, que é o ministro interino, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes. A versão digital do exame será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Já a reaplicação das provas está marcada agora para os dias 24 e 25 de fevereiro do ano que vem. Os resultados serão divulgados no dia 29 de março. “Entendemos que essa decisão não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos. Sabemos que não é. Então, buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequa a todos”, afirmou Vogel, ao divulgar o novo calendário. Segundo ele, a definição das datas foi construída após diálogo com as secretarias estaduais de Educação e entidades que representam as instituições de ensino superior, tanto privadas quanto públicas. Estudantes criticam nova data do ENEM nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 As três principais entidades estudantis brasileiras criticaram nesta quarta-feira (8), por meio de nota oficial, a nova data para as provas do ENEM nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Para UNE, UBES e ANPG, a nova data foi escolhida por poucos coletas (enquete) que tiveram acesso à internet. De acordo coma nota, a cada quatro candidatos ao ENEM, três têm dificuldades para se conectar à internet. “Por isso, questionamos a enquete realizada com datas sem critérios e a falta de soluções, por parte do governo, para as dificuldades apresentadas.” As organizações estudantis anunciaram que irão lutar por novas datas para o ENEM e pela formação de uma Comissão de Crise na Educação. UNE, UBES e ANPG denunciam ainda no documento que o Ministério da Educação permanece sem ministro, o que nos preocupa ainda mais sobre a decisão das datas. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), seis milhões de estudantes estão inscritos para as provas do ENEM. Leia a íntegra das entidades estudantis: Nota das entidades estudantis sobre as datas da realização do ENEM Nesta quarta, 8 de julho, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) apresentou dados sobre o ENEM. Entre eles, a informação de que a cada quatro candidatos, três têm dificuldades com a internet. Alertamos desde o início de nossa mobilização pelo adiamento da prova que a exclusão digital é um dos problemas que os estudantes brasileiros enfrentam nesse momento de pandemia. Por isso, questionamos a enquete realizada com datas sem critérios e a falta de soluções, por parte do governo, para as dificuldades apresentadas. Agora, a data escolhida pelos poucos estudantes que conseguiram votar não foi levada em conta. A escolha feita pelo Ministério da Educação, de realizar a prova nos dias 17 e 24 de janeiro, demonstra que não existe um diálogo verdadeiramente democrático com os estudantes, profissionais da educação e saúde. Durante o período em que foi realizada uma consulta cujo resultado não foi levado em consideração, o diálogo aberto com todos os segmentos poderia nos ter apresentado a saída. Vamos continuar lutando, além de recorrer por todos meios cabíveis, para que haja a formação de uma Comissão de Crise para discussão das novas datas, que envolva não só Reitores e Secretários de Educação, mas também representação de estudantes, professores e outros especialistas em educação e em saúde. Enquanto estudantes brasileiros continuam aflitos, o Ministério da Educação permanece sem ministro, o que nos preocupa ainda mais sobre a decisão das datas. Para que possamos superar a pandemia causada pelo novo coronavírus, a educação precisa estar no debate central. É dela que saem as pesquisas e é por meio dela que transformamos vidas. Estamos falando sobre o futuro de milhões de jovens brasileiros e, por isso, é preciso ter responsabilidade!
Bolsonaro tem dificuldade para escolher ministro da Educação – Aristides Cimadon é cotado

No currículo do possível ministro, armamentismo, com “02” e “03” – Por Fernando Brito Pouco se sabe sobre o reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina, a Unoesc, cotado para ser a nova nulidade da Educação no governo Bolsonaro. Mas surge como um florão no currículo do Dr. Aristides Cimadon o convite feito, em fevereiro de 2017, para um painel, promovido pela universidade, num “painel” de promoção da liberação geral do porte de armas, sob o enganoso título de “Desarmamento, controle social e a ascensão do crime”, em que, de fato, se culpava o controle de armas pelo aumento da criminalidade. Nele pontificaram os “especialistas” Carlos e Eduardo Bolsonaro, além do schoolar Tony de Lima e Silva Hoerhann, instrutor de tiro e de combate armado, o Tony do Clube .38, de Santa Catarina, frequentado pelos infantes e, também, por Adélio Bispo. Só deve tomar cuidado o doutor porque indicações no Ministério da Educação costumam ser tiro e queda. Via Tijolaço