Polícia Civil de Minas Gerais lança site sobre desaparecimento de pessoas
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou oficialmente, nessa quarta-feira (5/6), na plataforma on-line Microsoft Power BI, dados sobre pessoas desaparecidas e localizadas em todo o estado. Para os interessados, os materiais disponibilizados para consulta pública podem ser acessados por pessoas que tenham acesso à Internet. A PC destaca que, por meio desse serviço, é possível analisar de forma detalhada o cenário referente ao desaparecimento de pessoas desde 2019 em Minas Gerais. Segundo o diretor de Estatística e Análise Criminal da Superintendência de Informações e Inteligência Policial (SIIP/ PCMG), delegado Diego Fabiano Alves, os dados sobre o quantitativo, bem como o perfil das pessoas desaparecidas e localizadas, foram extraídos da Base Integrada de Segurança Pública (Bisp), onde constam dados obtidos do sistema do Registro de Evento de Defesa Social (Reds). “Isso ressalta o quão é relevante o preenchimento correto e detalhado do Reds”, avalia. De acordo com a chefe da Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), delegada Ingrid Estevam, a ferramenta contribuirá substancialmente para que o cenário sobre o desaparecimento de pessoas em Minas seja ainda melhor compreendido. “Para que haja a otimização de políticas públicas voltadas ao trabalho de localização de pessoas, é fundamental termos o ‘mapa’ do desaparecimento no estado. Sabermos o número de desaparecidos e localizados, conhecermos o perfil de desaparecidos, além de tantos outros dados relevantes, é, certamente, um grande avanço da PC na matéria de desaparecimento”, destaca Ingrid. DESAPARECIMENTOS EM MINAS – De acordo com os dados da plataforma on-line da PCMG, atualmente existem 21.899 pessoas desaparecidas no estado. A maioria são homens, sendo 66%, e mulheres, com 33% dos desaparecidos. Em 2024, até o momento, o número de desaparecidos chega a 1.047 pessoas, que totaliza seis desaparecimentos por dia. Segundo o site, o perfil principal dos desaparecimentos tem relação com uso de bebidas alcoólicas, substância tóxicas, depressão, uso de medicamento controlado, conflito familiar, dívida financeira, entre outros. A faixa etária com mais desaparecidos são entre 31 a 40 anos, seguido de 12 a 17 anos e 41 a 50 anos. Os três munícipios com maiores taxas de desaparecimentos por 100 mil habitantes são Belo Horizonte, Contagem e Vespasiano. As menores são Unaí, Montes Claros e Teófilo Otoni. Desde 2019, a capital mineira já registrou 6.549 pessoas desaparecidas.
Saiba quais deputados de MG votaram a favor do veto de Bolsonaro à criminalização das fake news
RETROCESSO – Parlamentares decidiram que notícias falsas não são crime contra Estado Democrático de Direito O Congresso Nacional decidiu manter o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Projeto de Lei 2462/91, que estabelecia como crime a divulgação de notícias falsas em campanhas eleitorais, as chamadas fake news. O PL tinha como princípio revogar a antiga Lei de Segurança Nacional e alterar o Código Penal na parte relativa aos crimes contra o Estado Democrático de Direito. Além de punir com reclusão de um a cinco anos quem disseminasse inverdades, o texto ainda tratava como crime o impedimento, com violência ou grave ameaça, ao exercício pacífico e livre de manifestação de partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, órgãos de classe ou demais grupos políticos, associativos, étnicos, raciais, culturais ou religiosos. Ao todo, a votação contou com 317 votos favoráveis à manutenção e 139 contrários, além de quatro abstenções. Saiba quais deputados mineiros votaram pela manutenção do veto: Aécio Neves (PSDB) Ana Paula Leão (PP) Bruno Farias (Avante) Delegada Ione (Avante) Delegado Marcelo Freitas (União) Diego Andrade (PSD) Dimas Fabiano (PP) Domingos Sávio (PL) Dr. Frederico (PRD) Duarte Gonçalves Jr (Republicanos) Emidinho Madeira (PL) Eros Biondini (PL) Fred Costa (PRD) Gilberto Abramo (Republicanos) Greyce Elias (Avante) Igor Timo (Podemos) Junio Amaral (PL) Lafayette de Andrada (Republicanos) Lincoln Portela (PL) Luiz Fernando Faria (PSD) Marcelo Álvaro Antônio (PL) Maurício do Vôlei (PL) Misael Varella (PSD) Nely Aquino (Podemos) Nikolas Ferreira (PL) Paulo Abi-Ackel (PSDB) Pedro Aihara (PRD) Pinheirinho (PP) Rafael Simões (União) Rodrigo de Castro (União) Rosângela Reis (PL) Samuel Viana (Republicanos) Stefano Aguiar (PSD) Ulisses Suaid Guimarães (MDB) Zé Silva (Solidariedade) Zé Vitor (PL)
Aumento salarial de servidores de Minas é aprovado em 1º turno
Projeto de reajuste de 3,62% para servidores é aprovado, mas votação de emendas fica para a próxima semana Não houve votos contrários ao projeto; entretanto oposição luta por aprovação de emendas que aumentariam o índice de reajuste Por 54 votos a favor e nenhum contra, deputados estaduais aprovam projeto de lei que concede reajuste de 3,62% a servidores do Estado de Minas Gerais. Com 57 deputados presentes, 20 não compareceram à votação. No momento da votação das emendas, entretanto, deputados da base deixaram o plenário, e a reunião foi encerrada por falta de quórum. Uma das emendas destacadas era de cunho autorizativo e permitiria ao governo de Estado apresentar um novo projeto de lei ou elaborar um decreto aumentando o índice de reajuste aos servidores para 10,67%, a soma das inflações de 2022 e 2023. A emenda já possui assinatura de 30 deputados, sendo os 20 da oposição e outros dez da base e independentes. Enquanto os deputados de oposição trabalhavam pelo convencimento dos colegas a votarem a favor da emenda, parlamentares que compõem a base do governo começaram a deixar o plenário. Para o líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), o movimento teria deixado às claras uma “derrota do governo”: “É uma estratégia que demonstra desinteresse total do governo em dialogar e fazer jus à valorização e reconhecimento dos servidores. Mostra fraqueza no sentido de controle e diálogo com a própria base e a total falta de diálogo com a oposição. Nós tínhamos mais de 30 deputados dispostos a votar a favor das emendas com tendência de sairmos vitoriosos nessa iniciativa de um reajuste baseado na inflação dos anos 2022 e 2023”. A expectativa da oposição, agora, é continuar dialogando com deputados da base e independentes que se mostram dispostos a votar a favor das emendas que podem aumentar o índice de reajuste. Devido ao feriado desta quinta-feira (30), de Corpus Christi, a segunda parte da votação em primeiro turno, para apreciar as emendas, acontece na próxima semana. Há uma expectativa de uma reunião extraordinária ainda na segunda-feira (3). Por 54 votos a favor e nenhum contra, deputados estaduais aprovam projeto de lei que concede reajuste de 3,62% a servidores do Estado de Minas Gerais. Com 57 deputados presentes, 20 não compareceram à votação. No momento da votação das emendas, entretanto, deputados da base deixaram o plenário, e a reunião foi encerrada por falta de quórum. Uma das emendas destacadas era de cunho autorizativo e permitiria ao governo de Estado apresentar um novo projeto de lei ou elaborar um decreto aumentando o índice de reajuste aos servidores para 10,67%, a soma das inflações de 2022 e 2023. A emenda já possui assinatura de 30 deputados, sendo os 20 da oposição e outros dez da base e independentes. Enquanto os deputados de oposição trabalhavam pelo convencimento dos colegas a votarem a favor da emenda, parlamentares que compõem a base do governo começaram a deixar o plenário. Para o líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), o movimento teria deixado às claras uma “derrota do governo”: “É uma estratégia que demonstra desinteresse total do governo em dialogar e fazer jus à valorização e reconhecimento dos servidores. Mostra fraqueza no sentido de controle e diálogo com a própria base e a total falta de diálogo com a oposição. Nós tínhamos mais de 30 deputados dispostos a votar a favor das emendas com tendência de sairmos vitoriosos nessa iniciativa de um reajuste baseado na inflação dos anos 2022 e 2023”. A expectativa da oposição, agora, é continuar dialogando com deputados da base e independentes que se mostram dispostos a votar a favor das emendas que podem aumentar o índice de reajuste. Devido ao feriado desta quinta-feira (30), de Corpus Christi, a segunda parte da votação em primeiro turno, para apreciar as emendas, acontece na próxima semana. Há uma expectativa de uma reunião extraordinária ainda na segunda-feira (3).
Comissão rejeita todas as emendas ao PL de revisão salarial dos servidores
Oposição vota contra o parecer da Fiscalização Financeira. Projeto pode ser apreciado em Plenário nos próximos dias, mas índice permanece em 3,62 % por enquanto. A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) rejeitou, nesta terça-feira (28) todas as 56 emendas que haviam sido apresentadas em Plenário ao Projeto de Lei (PL) 2.309/24 que trata da revisão salarial dos servidores públicos civis e militares do Estado. A maioria das emendas, de autoria parlamentar, procuram elevar o índice proposto pelo governo, de 3,62% para revisão dos salários. Os deputados Sargento Rodrigues (PL), Ulysses Gomes (PT) e Beatriz Cerqueira (PT) votaram contra o parecer. Eles prometeram destacar algumas das emendas mais importantes, durante a votação em 1º turno, no Plenário, próximo passo na tramitação do projeto. O relator da matéria na comissão, deputado Zé Guilherme (PP), alegou que a maioria das emendas geraria despesas extras para o Executivo, sem apresentar estudos de impacto financeiro e que outras feririam o princípio constitucional de competência privativa do governador. Uma emenda apresentada durante a reunião, pelo deputado Sargento Rodrigues, autorizando o governo a incorporar o abono fardamento na remuneração dos policiais militares chegou a ser votada em separado. Mas também foi rejeitada, porque a maioria dos parlamentares da comissão é da base do governo.
Operação investiga desvio de R$ 17 milhões da saúde pública de Minas
Pelo menos 15 pessoas são suspeitas de integrar organização criminosa em Alfenas e Fama, em Minas, e Ubatuva e Limeira, em São Paulo O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nesta sexta-feira (24/5), uma operação com objetivo de investigar os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro, relacionados ao desvio de verbas da saúde pública de Minas Gerais. Na operação, batizada de Resgate, estão sendo cumpridos mandados nas cidades de Alfenas e Fama, no Sul de Minas; e Ubatuba e Limeira, em São Paulo. O suposto esquema envolveria 15 pessoas, organizações da sociedade civil (OSC) e empresas. Os indícios apontam para utilização de ‘laranjas’ e empresas com intuito de desviar recursos, dissimular e ocultar os reais beneficiários dos crimes, movimentando mais de R$ 17 milhões nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Foi determinada a quebra dos sigilos bancário e fiscal das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, bem como decretadas cinco prisões preventivas, 12 mandados de busca e apreensão, sequestro e arresto de ativos (R$ 15 milhões), imóveis, carros, motocicletas, jet-skis, lanchas e outras embarcações utilizadas pelo grupo criminoso. Participaram das atividades da operação dez promotores de Justiça, cinco servidores do MPMG, dois delegados, 13 policiais civis e 50 policiais militares. A ação foi deflagrada a partir da atuação da 6ª Promotoria de Justiça de Alfenas, com apoio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), por meio da Coordenadoria Estadual de Rastreamento de Ativos e Combate à Lavagem de Dinheiro (Cora-LD), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Passos e Varginha e do Gaeco de São Paulo, Polícia Militar e Polícia Civil.
SEM AVANÇOS – Apenas 1,1% dos resíduos coletados em BH são reciclados
Índice é inferior à média do país e ao que o Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos, feito em 2018, previu para 2021 Quando se trata de reutilização de material, Belo Horizonte caminha a passos lentos. Neste mês, em que se celebra o Dia Mundial da Reciclagem (17 de maio), a constatação é que a capital mineira tem um grande desafio: conseguir avançar no serviço de reaproveitamento de resíduos, que, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, está quase estagnado. Atualmente, BH recicla só 1,1% do material coletado na cidade, menos que a média nacional, de 2,37%, e abaixo dos 2% previstos para serem alcançados em 2021 pelo Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos de BH, que foi feito em 2018. Entre metas não cumpridas, obstáculos para catadores e falta de colaboração entre setores, a capital acumula os impactos sociais e ambientais desse problema, como o aumento da degradação do ambiente para extração de matéria-prima, o maior descarte de resíduos e a limitação de um mercado sustentável, com novos negócios e empregos. Além de ser considerado baixo, o índice de reciclagem na cidade não cresce significativamente há anos, afirma o professor Raphael Tobias de Vasconcelos Barros, do departamento de engenharia sanitária e ambiental da UFMG. “Desde que o plano foi feito, a gente vê pouquíssimas iniciativas, e muito tímidas”, avalia. Entre as necessidades está a de ampliar a coleta seletiva de lixo. Atualmente, conforme a Prefeitura de Belo Horizonte, somente 90 dos 487 bairros têm o serviço porta a porta, e a maioria conta com cobertura apenas parcial – o que dificulta a vida de quem quer colaborar, como o aposentado Fernando Oliveira Duarte, de 65 anos. Ele dirige por 6 km para levar o material que separa em casa até um ponto fixo de coleta, no bairro Ouro Preto, na Pampulha, porque não há o serviço no Alípio de Melo, bairro da região Noroeste, onde ele mora. “Se eu não pudesse levar lá, não teria como reciclar o que eu separo. Se a cidade tivesse mais atendimento, mais gente participaria”, avalia. A expansão da abrangência da coleta seletiva está prevista no plano como principal solução para o aumento da taxa de reciclagem. No entanto, a melhoria na infraestrutura de coleta e tratamento ainda está longe do ideal em BH, segundo Raphael Barros. Nesse aspecto, Curitiba (PR) é uma referência, por oferecer o serviço em 100% da cidade. “Alguns municípios fizeram planos bons, ajustados à realidade, porque, com eles, conseguem ter acesso a algumas fontes de recurso federal”, explica. Desafios Segundo a analista de Políticas Públicas da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Vanúzia Amaral, um dos entraves para ampliar a reciclagem de lixo em BH é a falta de recursos, especialmente para financiar ações de educação ambiental e fiscalização: “Temos que disputar recursos no caixa único da prefeitura e em agências de fomento externas”, afirma. Fabrício Soler, advogado especializado em direito ambiental, aponta que parcerias público-privadas podem ser soluções para obter o investimento necessário e reforça que o consumidor tem papel crucial na separação de recicláveis para a coleta. “O cidadão precisa aderir à coleta”, defende ele, que é gestor do Instituto Brasileiro de Resíduos Sólidos. Entrevista com SLU A reportagem de O Tempo conversou com a analista de Políticas Públicas da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), Vanúzia Amaral, sobre o assunto. Como a PBH justifica o não cumprimento das metas do plano de gestão de resíduos? Ele prevê a revisão das metas de saneamento e limpeza urbana a cada quatro anos, e isso tem que ser feito em intervalo menor. Houve interrupção pela pandemia, mas ela está prevista para este ano. Quais são as maiores dificuldades para garantir que o material coletado seja reciclado? A indústria local não absorve toda a produção de vidro, que acaba sendo enviada a outros Estados, o que dificulta o processo. E vai ocorrer o mesmo com o plástico: pegar a matéria-prima virgem para fazer o plástico mais duro, por exemplo, está mais barato (do que reciclar). A PBH mensura a participação de catadores informais na reciclagem? Os dados deles não são divulgados. Dados da reciclagem em BH Coleta domiciliar 2018 – 678.814 toneladas 2019 – 673.838 toneladas 2020 – 668.500 toneladas 2021 – 662.161 toneladas 2022 – 623.660 toneladas 2023 – 643.716 toneladas Quantidade de material reciclado recolhida 2018: 5.656 toneladas 2019: 6.591 toneladas 2020: 4.451 toneladas 2021: 6.438 toneladas 2022: 6.321 toneladas 2023: 7.161 toneladas *a coleta seletiva foi paralisada entre 22/03/2020 e 09/11/2020 devido à pandemia. Índice de resíduos recicláveis coletados 2018: 0,83% 2019: 0,98% 2020: 0,67% 2021: 0,97% 2022: 1,01% 2023: 1,11% Em 2018, o Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos de Belo Horizonte determinou que em 2021 a meta era uma taxa de 2% e, em 2026, atingiria 4%. BH tem 487 bairros, 90 são atendidos pela coleta seletiva. Até 2021, o Plano Municipal previa que fosse 41% da população, mas a PBH não soube informar quanto da população é efetivamente atendida pelo serviço. Recuperação dos materiais recicláveis coletados em 2023: 47% Papel 28% Vidro 11% Plástico 3% Metal 12% Rejeito A taxa de recuperação ficou em 88%. O Plano Municipal previa uma meta de 83% para 2021 e de 90%, até 2026. Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte
Kalil chama Zema de mentiroso e cobra cumprimento de promessas de campanha
Em entrevista exclusiva ao Jornal O TEMPO, o ex-candidato ao governo de Minas disse ter sido derrotado por um “rio de mentiras” O ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) acusou o atual chefe do Executivo estadual, Romeu Zema (Novo), de derrotá-lo nas eleições de 2022, graças a uma campanha eleitoral baseada em promessas falsas. “Eu perdi uma eleição por um rio de mentiras que foi jogado contra mim”, afirmou Kalil, em entrevista exclusiva à reportagem de O TEMPO, na qual questionou, principalmente, propostas feitas por Zema para os eixos de saúde, infraestrutura e gestão fiscal. “Cadê os seis hospitais que foram prometidos em campanha? Cadê o Estado nos trilhos? Falaram que o Estado ia entrar nos trilhos, e estamos devendo R$ 170 bilhões e com a capacidade de endividamento em 240%. O que foi feito? Isso me derrotou. Hoje eu estou falando o que me derrotou”, questionou Kalil. O ex-candidato alega que perdeu a disputa ainda no primeiro turno por defender que o Estado não teria condições de arcar com a construção das unidades de saúde devido à falta de recurso em caixa. “Eu perdi a eleição por isso, (a campanha de Zema falava em) Minas no trilho, hospital, e eu gritando que não tinha hospital, que não tinha dinheiro, que Minas não estava no trilho. Isso aqui não é crítica de derrotado. Eu perdi e estou falando”, atacou. Kalil argumentou ainda que Zema sabia que não poderia cumprir as promessas registradas em seu plano de governo e que, mesmo assim, decidiu anunciá-las. “Era mentira, não tem como concretizar. Como é que você vai fazer um plano de recuperação fiscal e abrir seis hospitais, se você está proibido de contratar servidor público?”, questionou o político, ao lembrar que o governador já pleiteava, àquela época, a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal para pagamento da dívida de Minas Gerais com a União. Durante a entrevista a O TEMPO, o político ainda criticou o reajuste de 300% dos salários de Zema e de seu secretariado, em 2023, e comparou o índice proposto pelo Executivo para recomposição salarial dos servidores públicos, que é de 3,62%. “Mas o funcionário público, que faz muito bem, ele berra e todo mundo fica sabendo”, comentou Kalil, em referência às manifestações do funcionalismo contra o projeto de reajuste, que tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Minas pode ajudar a salvar a lavoura de arroz
Colheita do grão no estado tem resultado quase sete vezes maior na safra 2023/2024 O cultivo de arroz está em destaque na agricultura de Minas Gerais. Cerca de 78 mil toneladas do grão foram produzidas em terras mineiras na safra 2023/2024 – o número representa um aumento de mais de 600% em relação à colheita anterior, que atingiu 10 mil toneladas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de cultivo também cresceu e ultrapassou os 3 mil hectares registrados em 2022, alcançando 17 mil hectares. O crescimento pode se transformar em alternativa para a descentralização produção no país, que é dependente do Rio Grande do Sul – a calamidade pública que o estado enfrenta com as enchentes exigiu ações para evitar o desabastecimento. As razões para o fortalecimento do interesse dos produtores no cultivo de um dos grãos mais tradicionais no prato do brasileiro são diversas, entre elas, o aumento do preço internacional. Uma saca de 50kg custa em média R$ 105. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alcido Wander, ressalta a contribuição do arroz de sequeiro ou de terras altas, feita em Minas, para que a concentração dos cultivares não esteja restrita ao Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional. “A diferença entre o arroz irrigado e o arroz de terras altas está na forma e local de cultivo. No primeiro caso, comum no Sul do país, o grão é produzido em áreas planas e baixas, onde a irrigação é feita pela inundação da lavoura. O sistema do arroz de terras altas é encontrado em Minas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e é cultivado sem irrigação. Por isso costuma ter um custo menor”, explica. A irrigação é com a água da chuva e, em alguns casos, usa sistema suplementar por aspersão. Na década de 1970, Minas cultivou 635 toneladas de arroz e chegou a ficar entre os cinco maiores produtores do país. Atualmente, apesar do crescimento, registra cerca de 0,75% da produção nacional e ocupa a 12ª posição. “O arroz perdeu a importância em Minas ao longo do tempo. Os produtores começaram a investir em outros grãos mais vantajosos à época, como soja e milho”, esclarece Alcido. Além do baixo custo de produção e compatibilidade com o relevo e clima do estado, o sistema de cultivo do arroz de terras altas permite que o grão seja implementado com outras culturas. “Na região tropical do Brasil, o arroz entra como uma segunda cultura, já no Sul, as plantações são de cultura única”, diferencia o pesquisador. O arroz como segunda cultura, ou cultura consorciada, é apontado como uma técnica assertiva de melhoramento do solo. A pesquisadora e coordenadora do Programa Melhor Arroz da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Sul de Minas, professora Flávia Botelho, destaca que o arroz de sequeiro foi levado ao Cerrado na década de 1970, durante a expansão da fronteira agrícola, para corrigir solos. “O arroz tem uma alta relação carbono-hidrogênio e deixa a matéria no solo para a outra cultura se beneficiar. Além disso, o grão atinge áreas profundas, garantindo aeração do solo, ou seja, o solo fica mais poroso. Isso contribui para o desenvolvimento das outras culturas e garante um sistema particular mais profundo”, diz a professora. Para cultivar o arroz de terras altas com a irrigação da chuva e suplementar, de forma que pudesse ser consumido, foram necessários anos de pesquisa em melhoramento genético. Em Minas, a UFLA promove o estudo de mais de 5 mil tipos e busca hibridizar as melhores plantações de acordo com as características de cada região do estado. A qualidade, adaptação e resistência à doença são fatores levados em consideração durante dois anos antes que as sementes sejam entregues aos produtores parceiros do Programa Melhor Arroz. PROTETOR DO CAFÉ Nas plantações de café, o cultivo do arroz atua como um protetor. O extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Geraldo José Rodrigues, afirma que o grão faz parte do que os produtores chamam de planta de cobertura. O arroz ainda atua no combate a parasitas e outros tipos de plantas que possam crescer no local. “O principal objetivo é não deixar o solo exposto. Por causa do clima tropical, precisamos trabalhar sempre pensando em cobrir o solo, ainda mais porque na cafeicultura o uso de máquinas é muito intenso e essas plantas vêm para diminuir o índice de compactação. A gramínea reestrutura o solo”, completa. No Sul de Minas, a Emater-MG, a UFLA e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) implementaram unidades demonstrativas de arroz de sequeiro em consórcio com o café. Na Fazenda Pimenteiras, em São Sebastião do Paraíso, foi plantado cerca de 1km em linha de arroz, com mil plantas de café. O administrador da propriedade, João Eduardo Vieira, relata que a produção é destinada ao consumo local. “Como foi um teste, a primeira vez que plantamos, é para o consumo mesmo aqui da fazenda. Mas já estou com um projeto para o ano que vem e vamos ampliar a área”, conta O agricultor Elton Silva, de Guaxupé, também aderiu ao arroz na produção de café. Para ele, o crescimento da produção em Minas veio para ficar. “Na minha visão para o futuro, daqui um tempo muita gente vai começar a cultivar arroz, porque nós temos uma crise chegando com essa tragédia no Rio Grande do Sul”, aponta. Diante dos estragos no Rio Grande do Sul e do comprometimento de parte dos cultivares, a Conab foi autorizada a importar até um milhão de toneladas de arroz por meio de leilões públicos, ao longo deste ano. Com a portaria assinada pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Fazenda, a primeira aquisição, de até 104 mil toneladas, está agendada para terça-feira (21/5). O estado produziu, na última safra, 7,27 milhões de toneladas de arroz em casca. Em Minas, atualmente 280 municípios produzem arroz, em sua maioria cultivado por pequenos agricultores
Nikolas gastou R$10 mil da Câmara dos Deputados em viagem aos EUA
Câmara gastou R$ 32,7 mil com a viagem de três deputados aos Estados Unidos para acompanhar uma audiência sobre perseguição a lideranças de direita A Câmara dos Deputados gastou ao menos R$ 32,7 mil com a viagem de três deputados bolsonaristas aos Estados Unidos para acompanhar uma audiência no Congresso americano sobre a suposta perseguição a lideranças de direita no Brasil. Entre eles, estava o mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais bem votado da história do país. Apenas Nikolas gastou R$10.169,28 em diárias. Os dados foram divulgados pelo colunista Igor Gadelha do Metrópoles e confirmados pelo Estado de Minas. Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF) também participaram da comitiva até Washington como viagem oficial no sistema da Câmara. Segundo dados da Casa, Gayer e Bia receberam cinco diárias de R$ 2.259,84, totalizando R$ 11,3 mil para cada deputado. Até o momento, nenhum dos três parlamentares bolsonaristas registrou o gasto com passagem aérea referente a essa viagem aos Estados Unidos no sistema de viagens da Câmara. O EM entrou em contato com a assessoria do deputado Nikolas Ferreira, que apenas confirmou que os valores das diárias pagas aos deputados em missão oficial estão disponíveis na transparência do portal da Câmara. A viagem ocorreu entre os dias 6 e 10 de maio e contou com a presença de outros deputados bolsonaristas. Entre eles, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Filipe Barros (PL-PR), atual líder da oposição na Casa. Estes dois não solicitaram a ajuda da Câmara para pagar a hospedagem. Comitiva A viagem dos bolsonaristas aconteceu após ataques do empresário Elon Musk ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O grupo alega sofrer censura por parte de autoridades brasileiras, principalmente pelo ministro. Foram quatro integrantes do painel ouvidos: o ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo; o jornalista norte-americano Michael Shellenberger, responsável pela divulgação dos documentos sobre o Twitter no Brasil; Chris Pavlovski, CEO da plataforma de vídeos Rumble, popular entre conservadores, e Fábio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros na Universidade de Oklahoma. Fábio de Sá e Silva rebateu as alegações dos outros três integrantes sobre as supostas violações de liberdade de expressão no Brasil. Chegou a mostrar uma foto do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto durante a ditadura militar brasileira, para dizer que nada remotamente similar a isso está acontecendo no Brasil nesse momento.
MP denuncia influenciadora que culpou religiões de matriz africana por enchentes no RS
Em caso de condenação a pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denunciou nesta sexta-feira 17 a influenciadora Michele Dias Abreu pela prática e incitação de intolerância religiosa, por meio de publicação em rede social. Ela chamou atenção por, no dia 5 de maio, afirmar que que os temporais e enchentes que atingem o Rio Grande do Sul foram motivados pela “ira de Deus”. “Eu não sei se vocês sabem, mas o estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando sobre algo que ia acontecer no Rio Grande do Sul, devido à ira de Deus mesmo”, disse. Com um perfil público e quase de 32 mil seguidores, o vídeo foi compartilhado por diversos perfis e chegou a três milhões de visualizações. Na denúncia, a promotora de Justiça Ana Bárbara Canedo Oliveira afirma que, ao proferir esses dizeres, na condição de titular de perfil público e com milhares de seguidores, além de praticar o crime, a mulher também induziu outras milhares de pessoas à discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de matriz africana. A promotora de Justiça pede ainda, como medidas cautelares, que a mulher fique proibida de ausentar-se do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul. Em caso de condenação a pena pode ser de dois a cinco anos de reclusão, além de multa.