Aprovação de Lula sobe para 43% e desaprovação cai para 53%, com avanço entre eleitores mais críticos, segundo pesquisa Genial/Quaest – A mais recente pesquisa Genial/Quaest revela um movimento significativo na opinião pública brasileira: o governo Lula (PT) apresentou recuperação de popularidade entre maio e julho deste ano, especialmente entre setores tradicionalmente mais críticos ao presidente. O fator central para essa mudança, segundo a análise de Felipe Nunes, diretor da Quaest, foi o confronto diplomático e comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvendo a imposição de tarifas ao Brasil. A aprovação do governo subiu de 40% para 43% (+3 pontos), enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53% (-4 pontos), reduzindo o saldo negativo de -17 para -10 pontos percentuais. Os dados foram destacados por Felipe Nunes no X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (16): “o que chama atenção é que a melhora na popularidade se deu principalmente fora das bases de apoio tradicionais do governo”. 1/ Genial/Quaest: Confronto com Trump ajuda governo Lula a recuperar popularidade – aprovação sai de 40% para 43% (+3) e desaprovação passa de 57% para 53% (-4) entre maio e julho. Saldo negativo que era de -17 passa para -10 pontos. Segue o fio… pic.twitter.com/vzi7O4ilju — Felipe Nunes (@profFelipeNunes) July 16, 2025 Avanço no Sudeste e entre os moderados – A melhora foi especialmente acentuada no Sudeste, onde a diferença negativa caiu de -32 para -16 pontos. Também se destacou o avanço entre os eleitores com ensino superior completo, cujo saldo negativo despencou de -31 para -8 pontos. No recorte por renda, foi entre os brasileiros de classe média que a mudança mais expressiva foi detectada: a rejeição caiu de -19 para -9 pontos. Entre os eleitores alinhados à esquerda, a aprovação do governo segue acima de 80%, enquanto entre os bolsonaristas permanece abaixo de 12%. Mas foi no centro político que a mudança chamou mais atenção. Nunes apontou que “a mudança mais significativa foi captada nos setores moderados, onde o saldo negativo passou de -28 pp para -16 pp”. ‘Trump uniu lulistas e moderados’ – A Quaest investigou os fatores que explicam a recuperação do governo e identificou três eixos principais: o embate com Donald Trump, a leve melhora da percepção econômica e a campanha de comunicação baseada na ideia de “nós contra eles”. Segundo o levantamento, 66% da população tomou conhecimento da carta enviada por Trump a Lula, e 79% acreditam que as tarifas impostas prejudicarão suas vidas. Além disso, 72% avaliam que o presidente dos EUA errou ao justificar as taxas com base em uma suposta perseguição a Jair Bolsonaro (PL). Para Nunes, o impacto foi claro: “o tarifaço contra o Brasil conseguiu unir a esquerda, os lulistas e os moderados (sem posicionamento); mas dividiu a direita e os bolsonaristas. Ou seja, empurrou o ‘centro’ para o colo do Lula”. A maioria da população (53%) também apoia a resposta firme de Lula, que defendeu retaliação com medidas equivalentes. Lula vence Bolsonaro na opinião pública – Outro ponto da pesquisa indica que, no embate político entre Lula e Bolsonaro, o atual presidente sai vitorioso: 44% acreditam que Lula está se saindo melhor, contra 29% que apontam Bolsonaro como superior. A percepção econômica, por outro lado, teve um impacto mais tímido. Embora os brasileiros estejam menos pessimistas, a variação entre maio e julho foi pequena. A única mudança relevante foi a redução na percepção de alta dos preços de alimentos, em linha com os índices de inflação que mostram desaceleração. Já sobre a expectativa para o próximo ano, a pesquisa revela um dado preocupante: 43% dos entrevistados acreditam que a economia vai piorar, um reflexo direto da insegurança provocada pelas medidas de Trump. Justiça tributária tem potencial, mas ainda não engajou – A campanha do governo pela taxação dos super-ricos, apesar de bem recebida por grande parte da população, ainda não conseguiu alcançar o grande público. Apenas 43% conhecem a proposta de “justiça tributária” e só 17% afirmam ter visto os vídeos promovidos pelo governo com uso de inteligência artificial. O tema, no entanto, possui forte apoio: 63% defendem aumento de impostos sobre os mais ricos para aliviar a carga sobre os mais pobres. A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil conta com 75% de aprovação, e o aumento da tributação sobre super-ricos é apoiado por 60%. A dificuldade de engajamento pode estar na forma como o conteúdo foi apresentado. Segundo a pesquisa, 53% acreditam que uma abordagem que contrapõe “ricos contra pobres” acirra a polarização. “É a escolha tática que o governo vai ter que fazer assim que retomar o assunto”, alertou Nunes. A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.
O Estadão detona denuncia, em seu editorial desta terça-feira, chantagem do ex-presidente e afirma que Bolsonaro age como “sequestrador” ao colocar interesses pessoais acima do Brasil O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta terça-feira, 15 de julho, um duro editorial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificado como “patriota fajuto”. No texto, o jornal critica a tentativa do ex-mandatário de utilizar o Brasil como moeda de troca para obter anistia judicial, após a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sobretaxar em 50% os produtos brasileiros caso Bolsonaro não seja absolvido das acusações de conspiração golpista. O Estadão aponta que Bolsonaro sequer esconde seu verdadeiro objetivo: “O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1.° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”, declarou o ex-presidente. Segundo o jornal, a mensagem deixa claro que Bolsonaro está disposto a sacrificar setores estratégicos da economia nacional em troca de sua própria liberdade. O editorial compara o comportamento do ex-presidente ao de um sequestrador, dizendo que o Brasil virou refém de sua “verborragia liberticida”. Para o Estadão, Bolsonaro não representa um projeto para o país, mas sim um interesse pessoal em escapar da Justiça, colocando em risco a estabilidade econômica e institucional do país. A publicação também critica duramente lideranças políticas que, segundo o texto, seguem submissas ao bolsonarismo com o objetivo de herdar capital eleitoral. O jornal aponta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como exemplo de político que precisará escolher entre “o Brasil ou Bolsonaro”, já que ambos são projetos “absolutamente antitéticos”. Por fim, o editorial conclui que apoiar Bolsonaro é incompatível com a defesa da democracia e do interesse público. O Estadão classifica o bolsonarismo como um “projeto personalista, antinacional e falido”, reduzido à luta pela impunidade de seu líder às custas da erosão das instituições republicanas.
Procuradoria-Geral da República acusa o ex-presidente de arquitetar atentado contra a democracia e pede sua condenação por cinco crimes graves A Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) como o “líder da organização criminosa” responsável pela tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles na noite desta segunda-feira (14), após o órgão apresentar as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a condenação de Bolsonaro e de outros sete acusados. O parecer é assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que descreve Bolsonaro como o principal articulador e maior beneficiário da ofensiva golpista. “No exercício do cargo mais elevado da República, instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, esquema persistente de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório”, afirmou Gonet. PGR detalha a ofensiva antidemocrática Segundo a denúncia apresentada, Bolsonaro teria utilizado o apoio de membros do alto escalão do governo e setores das Forças Armadas para mobilizar agentes, recursos e competências estatais em uma campanha sistemática contra a democracia. A PGR afirma que o ex-presidente propagou “narrativas inverídicas”, incentivou a instabilidade social e defendeu medidas autoritárias com o objetivo de se manter no poder. De acordo com o procurador-geral, as ações de Bolsonaro tiveram como meta “sua continuação ilegítima no comando do país e o enfraquecimento das instâncias públicas, em negação do princípio da alternância democrática, da soberania popular e do equilíbrio entre os Poderes”. Cinco crimes imputados ao ex-presidente A PGR pediu a condenação de Jair Bolsonaro pelos seguintes crimes: Liderança de organização criminosa armada; Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; Golpe de Estado; Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União; Deterioração de patrimônio tombado, com considerável prejuízo para a vítima. O processo é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Conforme prevê a legislação, as alegações finais da PGR dão início ao prazo para as defesas apresentarem suas manifestações. Prazos e próximos passos no STF Após a manifestação do Ministério Público, o próximo a se pronunciar será o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. O prazo concedido a Cid é de 15 dias, após o qual abre-se o prazo conjunto para a defesa dos demais réus, incluindo a de Bolsonaro. O Metrópoles apurou que o julgamento do caso pode ocorrer entre agosto e setembro. Com a contagem dos prazos em andamento, mesmo durante o recesso do Judiciário, a expectativa é que todas as manifestações estejam finalizadas até 11 de agosto. A denúncia da PGR representa mais um capítulo das investigações que tramitam na Suprema Corte sobre a tentativa de ruptura institucional, colocando Bolsonaro sob risco iminente de condenação pelos ataques ao regime democrático.
São 44 mil vagas para financiar graduação em faculdades privadas Começam nesta segunda-feira (14) as inscrições para o processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre deste ano. Os interessados deverão se inscrever exclusivamente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior até as 23h59 do dia 18 de julho, no horário de Brasília. Os prazos estão previstos em edital publicado pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 9 de julho. As inscrições são gratuitas. Com o objetivo de promover a inclusão educacional, desde 2001 o programa federal financia a graduação em instituições de educação superior privadas, com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Neste ano, o MEC oferece 112.168 vagas para o Fies, sendo 67.301 no primeiro semestre e 44.867 na segunda metade do ano. Os candidatos em obter o financiamento estudantil devem atender aos seguintes requisitos: ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da edição de 2010; ter conquistado média aritmética das notas, nas cinco provas do exame, igual ou superior a 450 pontos e não ter zerado a prova de redação; não ter participado no referido exame como treineiro; ter renda bruta familiar mensal por pessoa de até três salários mínimos (R$ 4.554, em 2025). Fies Social O edital do processo seletivo reserva 50% das vagas para o Fies Social, lançado em 2024. Para concorrer, os candidatos devem ter inscrição ativa no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) e renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo, hoje R$ 759. A nova modalidade lançada pelo MEC permite financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pela instituição de ensino superior, além de reservar cotas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência. A classificação no processo seletivo do Fies será feita de acordo com a ordem decrescente das notas obtidas pelos candidatos no Enem, por tipo de vaga, grupo de preferência e modalidade de concorrência. A ordem de prioridades considera os que candidatos que não concluíram o ensino superior e/ou não foram beneficiados pelo financiamento estudantil. É vedada a concessão de novo financiamento do Fies a candidatos que não tenham quitado o financiamento anterior pelo Fies ou pelo Programa de Crédito Educacional ou que se encontrem em período de utilização do financiamento. Calendário O Fies tem chamada única e lista de espera. O resultado com os nomes dos pré-selecionados na chamada única será divulgado no dia 29 de julho. Os estudantes, então, deverão acessar o Fies Seleção para comprovar as informações e complementar sua inscrição do dia 30 de julho a 1º de agosto. Os estudantes que não forem pré-selecionados estarão automaticamente na lista de espera para preenchimento das vagas não ocupadas, observada a ordem de classificação. A pré-seleção da lista de espera ocorrerá de 5 de agosto a 19 de setembro. “Todos os inscritos e aqueles que venham a ser pré-selecionados devem ficar atentos aos prazos e aos procedimentos estabelecidos no edital para não perderem as oportunidades de ocupar as vagas ofertadas nesta edição do Fies”, alerta o MEC.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo PT do estado Após uma eleição conturbada, a deputada estadual e 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Leninha (PT), foi eleita presidente do diretório estadual de seu partido com 56,46% dos votos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo PT do estado. Na eleição municipal de Belo Horizonte, Guima Jardim foi reconduzido com 55,21% dos votos. A votação ainda consolidou o nome do já eleito presidente nacional da sigla, Edinho Silva, com 66,88% dos votos em Minas Gerais. No estado, a candidata disputou contra Juanito Vieira e Esdras de Queiroz, que ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugar na disputa. A corrida não teve o nome de Dandara Tonantzin, que havia se lançado como candidata, mas foi impedida de disputar por não ter pago uma dívida com o partido dentro do prazo. Grande parte dos apoiadores de Dandara sustenta que a impugnação foi “injusta” e destacam que a eleição, sem ela, ficou comprometida. A nova presidente do PT de Minas Gerais nasceu em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e assumiu em 2023 o segundo mandato na Assembleia. Graduada em ciências biológicas e mestre em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), foi professora tanto da rede estadual quanto da municipal de ensino. Leninha chegou a ser diretora estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores em Edcuação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e presidente regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Fonte: Itatiaia
André Janones foi alvo de representação da Mesa Diretora da Câmara, com a assinatura de Hugo Motta; por três meses, ele ficará sem salário, assessores e gabinete O deputado federal André Janones (Avante-MG) será afastado do mandato por três meses. A decisão cautelar foi aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara nesta terça-feira (15), por 15 votos a 3, pelo episódio que envolveu o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em sessão do plenário em 9 de julho. Ainda cabe recurso no plenário. O pedido de afastamento de Janones foi proposto pela Mesa Diretora da Câmara, chefiada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Antes, porém, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), acionou a Corregedoria contra o deputado mineiro. O relator, deputado Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM) apresentou parecer favorável à suspensão cautelar por três meses. Ele reduziu a punição proposta inicialmente, que era de seis meses fora do cargo. Alvo do processo, Janones não compareceu em boa parte da reunião e chegou apenas na fase de discussão, quando parlamentares passaram a defender ou criticar o pedido do relator. Até então, o mineiro estava sendo representado por seu advogado, Lucas Marques. Pelos três meses em que estiver afastado, Janones não receberá salário – no valor de R$ 46,3 mil bruto – ou qualquer outra verba da Câmara. Seu gabinete ficará desativado e seus assessores, exonerados. A Câmara também não convocará o suplente do deputado. Em casos de afastamentos por diferentes motivos, o substituto é convocado apenas quando o cargo ficar vago por mais de 120 dias. Entenda Na representação ao Conselho de Ética, a Mesa da Câmara argumentou que Janones teve “condutas incompatíveis com o decoro parlamentar” e “comportamento incompatível com a dignidade do mandato”. Isso, “ao provocar abertamente a bancada do Partido Liberal (PL) e proferir manifestações gravemente ofensivas ao deputado Nikolas Ferreira, que ocupava a tribuna, em evidente abuso das prerrogativas parlamentares”. O objetivo, de acordo com a denúncia, foi “ofender a honra” de Nikolas com o uso de “xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas”. “A destemperança e agressividade da conduta atingiram, inegavelmente, a honra objetiva do próprio Parlamento”, diz outro trecho. “As falas do representado [Janones] excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas”, completa a Mesa da Câmara, com base da denúncia do PL. Parte da confusão foi transmitida pela TV Câmara na sessão de 9 de julho. Nas imagens oficiais, Nikolas subiu à tribuna do plenário para comentar sobre o tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi defendido por Trump, Nikolas rebateu críticas de que a oposição não defende a soberania nacional. Janones, nesse momento, estava no meio de outros parlamentares, em local abaixo da tribuna. O deputado mineiro começou a filmar com seu celular e a criticar quem defendia a taxa de Trump. A transmissão não capturou qualquer fala, mas um vídeo que circula nas redes sociais é possível identificar Janones se referindo a Nikolas como “cadelinha”. Ele chegou a ser cercado por deputados da oposição que passaram a citar “rachadinha”, em referência a denúncias de ilegalidades em seu gabinete. Em seguida foi retirado do plenário, sem que recebesse apoio de outros nomes da esquerda. No comando da sessão, Motta chegou a interferir, enquanto aliados de Nikolas foram escoltá-lo na tribuna da Câmara. “Para todo o Congresso Nacional, eu acho que tem algo que une a esquerda e a direita: ninguém gosta do Janones, acho que é unânime. Isso aqui, reduz o parlamento e faz o com que aquilo que nos acusam – de estar querendo ‘like’, de tentar gravar vídeo para gerar polêmica – ele o faz desta forma. É impossível falar assim. Peço à esquerda, que sempre fala em democracia, tome conta dessa pessoa”, disse Nikolas na ocasião. Janones alegou que foi “agredido fisicamente pela tropa de choque bolsonarista”. “Sozinho, fui cercado por 12 deputados que tentaram me intimidar para que eu não criticasse o deputado Nikolas Ferreira enquanto ele discursava na tribuna”, disse. O deputado ainda acionou a Corregedoria da Câmara pedindo a suspensão dos mandatos dos deputados Giovani Cherini (PL-RS) e Sargento Gonçalves (PL-RN) pela suposta agressão. Janones também informou que protocolou queixa-crime contra parlamentares por lesão corporal e que realizou exame de corpo de delito. Conselho de Ética No relatório em que defendeu a suspensão, o deputado Fausto Santos Jr. alegou que Janones “proferiu insultos como ‘capachos’ e ‘vira-latas’, e utilizou-se de linguagem ofensiva, culminando em confusão generalizada”. Também afirmou que o mineiro “teria utilizado expressão de cunho homofóbico no confronto verbal, ainda que o termo exato não tenha sido transcrito”, e que “o uso de linguagem discriminatória como instrumento de ofensa pessoal agrava a situação”. “A análise preliminar das manifestações proferidas pelo representado [Janones] indica dolo evidente e destempero proposital, com uso de linguagem ultrajante, injuriosa e desrespeitosa em plenário, durante sessão oficial transmitida publicamente, o que acarreta ofensa não apenas à honra do parlamentar atingido, mas também à imagem e à dignidade da Câmara dos Deputados como instituição”, completou. Ao fazer a defesa de Janones, o advogado Lucas Marques isentou responsabilidade do deputado na confusão. “Em nenhum vídeo aparece nenhum tipo de xingamento. Ele estava comunicando sobre a taxação do Trump e que era um absurdo ter deputado concordando com isso. Esse era o destaque do deputado Janones naquele momento”, alegou. “Era um vídeo para o próprio celular, para seus eleitores. Em nenhum momento a voz dele apareceu em plenário ou ele interrompeu o deputado Nikolas Ferreira, que nem ouviu o que ele disse, porque não dá para ouvir mesmo. A gente consegue analisar pelos vídeos da sessão que não foi isso o que interrompeu”, completou o advogado.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou neste sábado (12) uma portaria que habilita o Hospital Universitário Ciências Médicas (HUCM), em Belo Horizonte, com serviço de hematologia de alta complexidade. A medida vai beneficiar mais de 5,5 milhões de pessoas e integra o programa “Agora Tem Especialistas”, criado pelo Ministério da Saúde para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias na rede pública. A expectativa é que, com os novos recursos, o HUCM realize mais de duas mil cirurgias e cerca de 17 mil procedimentos especializados, como exames, consultas, colonoscopias e biópsias. Mantido pela Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA), o HUCM destina integralmente seus leitos, consultas e exames aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A nova habilitação garante recursos permanentes para o Instituto Oncológico, ampliando a capacidade de atendimento especializado em câncer na capital mineira. O ministro Alexandre Padilha destacou que a meta é assegurar diagnósticos em até 30 dias e o início do tratamento em no máximo mais 30 dias, ressaltando que “no câncer, o tempo é vida”. Além disso, foi anunciado o Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer, que usará tecnologia de ponta para reduzir de 25 para cinco dias o tempo de emissão de pareceres médicos para pacientes do SUS. O centro prevê até mil laudos por dia, totalizando cerca de 400 mil por ano, com apoio técnico do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Durante visita ao Laboratório de Simulação Realística (LabSim) da Faculdade de Ciências Médicas, Padilha destacou a importância do espaço na formação de profissionais da saúde. Com o uso de inteligência artificial e manequins que simulam pacientes, o laboratório possibilita aos estudantes treinar situações clínicas de urgência e emergência com maior realismo. Também em Minas Gerais, o ministro visitou o Centro Materno Infantil de Contagem, unidade filantrópica sob gestão municipal e que atende exclusivamente pelo SUS. Para reforçar o cuidado com gestantes, mulheres e bebês, o Ministério da Saúde já destinou R$ 2,9 milhões à unidade e anunciou mais R$ 24 milhões em parcela única para apoiar ações como a abertura de leitos de terapia intensiva infantil. Além disso, Contagem será contemplada com R$ 96 milhões anuais, por meio do “Agora Tem Especialistas”, para a realização de cirurgias cardíacas, cateterismos e exames especializados. A previsão é de que o município realize por ano mil cirurgias cardíacas, 500 cateterismos e 500 exames especializados, ampliando a oferta de serviços na Região Metropolitana de Belo Horizonte e reduzindo filas de espera. A agenda do ministro em Minas teve início na sexta-feira (11), com a entrega simbólica do primeiro lote de insulinas produzidas no país por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A cerimônia, realizada na fábrica da Biomm em Nova Lima, marcou a retomada da produção nacional do medicamento essencial para o tratamento do diabetes. Foram entregues 207.385 unidades: 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH. A conclusão do processo de transferência de tecnologia permitirá ao Brasil produzir 50% da demanda nacional das duas versões de insulina ofertadas pelo SUS, o que corresponde a cerca de 45 milhões de doses anuais. A iniciativa fortalece a política de acesso gratuito a medicamentos e amplia a autonomia do país na produção de insumos estratégicos. Encerrando sua passagem por Minas Gerais, Alexandre Padilha participou da 16ª edição do Conexão Empresarial Anual 2025, em Ouro Preto, onde apresentou ações voltadas ao fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), com foco na soberania sanitária, no avanço tecnológico e na geração de empregos no Brasil.
‘Mil hectares equivalem a mil campos do Maracanã’, alerta especialista O governador Romeu Zema (Novo) anunciou, na última semana, a intenção de dispensar o licenciamento ambiental para propriedades rurais de até mil hectares dedicadas à pecuária extensiva ou à produção de commodities como soja, milho e café. A medida, apresentada durante a feira Megaleite, no Expominas, em Belo Horizonte, representa uma ampliação drástica da isenção, que atualmente vale para áreas de até 200 hectares. Segundo o governo, a proposta será apresentada com urgência ao Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). A secretária estadual de Meio Ambiente, Marília Melo, defendeu que a mudança trará “oportunidade de regularização” e menos burocracia aos produtores: “nosso agricultor, em Minas, é sustentável”, afirmou, durante o evento. Mas, para especialistas, a medida representa um grave ataque à política ambiental do estado, além de beneficiar exclusivamente grandes proprietários. É o que aponta o geógrafo Gustavo Ceppolini, professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Regionais e Agrárias (Nepra). “Mil hectares equivalem a mil campos do Maracanã. Estamos falando de propriedades enormes que não passarão mais por nenhuma análise técnica ambiental. A fiscalização se torna autodeclaratória. É como se o próprio produtor se autorizasse a desmatar. Isso coloca o Cerrado, o bioma mais ameaçado do país, em risco profundo”, alerta. Para o agro, isenção fiscal Segundo dados compilados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas Brasil, mais de 60% do Cerrado já foi devastado em Minas Gerais, que originalmente tinha mais da metade de seu território coberto por esse bioma. Nos últimos anos, o Cerrado ultrapassou a Amazônia em taxa de desmatamento. Ceppolini também aponta o uso intensivo de agrotóxicos nas lavouras beneficiadas pela medida. “Essa agricultura de larga escala só é ‘sustentável’ porque é financiada pelo Estado. Enquanto um brasileiro paga impostos até em remédio, o agrotóxico importado goza de isenção fiscal”, critica. O Nepra também identificou impactos sociais severos causados pelo agronegócio no semiárido mineiro entre 2002 e 2022: 657 casos de intoxicação por agrotóxicos, 189 conflitos por água e 357 conflitos por terra, afetando mais de 77 mil famílias. “Medida favorece os latifundiários”, denunciam servidores A proposta do governo também gerou reação entre os próprios servidores da Secretaria de Meio Ambiente. Francisco de Assis, servidor de carreira e dirigente do do Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente no Estado de Minas Gerais (Sindsema), classifica a flexibilização como mais um passo no desmonte ambiental promovido por Zema. “É uma medida feita sob medida para latifundiários. Uma propriedade de mil hectares não é pequena. Representa menos de 0,1% dos proprietários. Não tem nada a ver com agricultura familiar. E mesmo nos casos que precisam de licença hoje, o processo já é simplificado. Estão transformando o órgão ambiental em um cartório”, explica. Segundo Francisco, a licença mais básica, chamada de Licenciamento Ambiental Simplificado, ou LAS Cadastro, já não exige análise técnica detalhada. “O produtor preenche os documentos e sai com o certificado em mãos. Essa flexibilização só enfraquece o controle ambiental”, afirma. “A conta vai para os camponeses e para o povo”, afirma o MST Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a militante Maíra Pereira Santiago reforça que a medida deve ampliar os conflitos socioambientais e intensificar o modelo de produção baseado no uso de venenos e na concentração de terras. “Vai atingir diretamente territórios indígenas, quilombolas, assentamentos e acampamentos. É uma medida que vai sair muito cara para nós. É o oposto da agroecologia e da reforma agrária que defendemos. Ao invés de democratizar o acesso à terra e proteger o meio ambiente, o governo favorece quem já tem muito,”, aponta Maíra. Ela também critica o impacto da medida na concentração fundiária, já que grandes proprietários terão mais facilidade de expandir suas áreas sem obstáculos legais ou ambientais. “Minas está se especializando em perder” Para Ceppolini, o Estado brasileiro segue aprofundando um modelo colonialista e predatório, que exporta commodities e importa desigualdades. “Estamos perdendo biodiversidade, terras produtivas para alimentação básica, e as populações mais vulneráveis estão pagando a conta com saúde, água e território. Só no semiárido mineiro, temos mais de três vezes o estado de Sergipe em áreas de pasto. E mais: temos eucalipto cobrindo o equivalente a cinco vezes o Rio de Janeiro. Isso é devastação”, conclui o professor. Enquanto isso, lembra o pesquisador, o governo federal lançou um Plano Safra 2024/2025, dirigido ao agronegócio, com R$ 475 bilhões em crédito, sendo R$ 400,58 bilhões para os grandes empresários e R$ 74,98 bilhões para os pequenos agricultores. :: Relembre: Governo lança Plano Safra para o agronegócio e a agricultura familiar nesta quarta-feira (3) :: Fonte: Brasil de Fato
O prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, comemorou o título de Patrimônio Natural Mundial concedido ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A área, que abriga um sítio arqueológico, está situada entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no Norte de Minas Gerais. A inclusão foi oficializada neste domingo (13), durante a 47ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização, realizada em Paris. O reconhecimento leva em base dois critérios da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, destacando a presença de fenômenos naturais excepcionais e a representatividade de diferentes estágios da história geológica da Terra. O Cânion do Peruaçu, localizado no norte de Minas Gerais, abriga formações geológicas de grande relevância científica e paisagens naturais de notável beleza cênica. Com a inscrição do parque nacional, o Brasil passa a contar com 25 sítios na Lista do Patrimônio Mundial, dos quais nove são naturais. “O reconhecimento do Vale do Peruaçu como Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO é uma grande conquista a ser celebrada. Essa conquista destaca a importância global do Peruaçu e impulsiona o desenvolvimento sustentável e o turismo na região”, destacou a secretária municipal de Cultura e Turismo de Montes Claros, Júnia Rabelo, que recordou do ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro. “Paulinho foi o mentor da Expedição Caminhos dos Gerais, com roteiro no Peruaçu, e, com certeza, que teve um papel importante neste reconhecimento do Peruaçu pela Unesco”, disse. Para o antropólogo Camilo Antônio Silva Lopes, ex-gerente de Educação Ambiental e Projetos Especiais da Prefeitura de Montes Claros, que coordenou a 5ª Expedição Caminhos dos Geraes, “o reconhecimento do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu representa um marco diferencial para as gentes do sertão mineiro”, comentou Lopes, lembrando que o processo de reconhecimento não é recente. “Várias instituições e pessoas ao logo do tempo se tornaram cruciais para esse reconhecimento, entre elas o saudoso secretário de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulinho Ribeiro”, lembrou. Para o professor da Unimontes e cientista político, Gilmar Ribeiro, “não apenas as cidades de Januária, Itacarambí e São João das Missões ganharão com este reconhecimento da Unesco ao Peruaçu, como patrimônio Mundial da Humanidade, mas, toda a região Norte de Minas, especialmente Montes Claros, que terá um novo ímpeto para o turismo, pois concentra a maior infraestrutura regional, impulsionada por sua localização estratégica. Foi o que aconteceu em todos os lugares ganhadores deste reconhecimento, como Diamantina, São Luiz e etc”, comentou Ribeiro. Para o prefeito Guilherme Guimarães, a escolha do parque é uma grande conquista para todo o Norte de Minas. “Montes Claros se inclui nessa conquista belíssima. Este parque está aqui bem próximo da gente. Todo o Norte de Minas ganha. Montes Claros é o portal do Norte de Minas. Todos passam por aqui, através do nosso aeroporto, da nossa Rodoviária ou das nossas rodovias. Sabemos que, além de melhorar o aspecto turístico, irá melhorar as condições sociais e ambientais”, destaca. Secom Prefeitura de Montes Claros| Texto: Luís Carlos Gusmão Fotos: Solón Queiroz
VEIO PRA FICAR – A Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, realizou nos dias 28 e 29 de junho o Festival Junino “Arraial das Formigas” e trouxe de volta os eventos juninos para o calendário oficial de Montes Claros, promovendo um encontro e valorizando as diversas manifestações que aconteceram ao longo do mês de junho por toda a cidade. O evento, que teve a parceria com a Clariô Hub e a Casa Cult, com patrocínio da Cemig, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas, aconteceu na Avenida Viriato Ribeiro de Aquino, no bairro Canelas, ao lado do Parque Municipal Cândido Canela. O novo espaço para eventos culturais de Montes Claros recebeu no sábado (28), brincadeiras diversas e quadrilhas, dentre elas a quadrilha Chã de Minas, de Bocaiúva, além dos shows de Maria do Joá e Tino Gomes. No domingo, aconteceram as apresentações das quadrilhas Arraiá do Jatobá, Arraiá do Pequizá e Arraiá do Rela Bucho, encerrando com o show de Bella do Acordeom. Para o casal Marcelo Vieira de Carvalho e Nicole Silva Lopes este tipo de evento reforça o senso de pertencimento da população montes-clarense. “Parabéns à Prefeitura de Montes Claros por proporcionar esse evento tão importante para a cidade, que, além de valorizar a cultura, fortalece ainda mais a nossa identidade”, comentou o empresário Marcelo Vieira. “Resgatar as tradições juninas, com comidas típicas, quadrilhas e shows, num ambiente seguro, com a presença de crianças, jovens e adultos, foi o ponto alto deste evento”, complementou a educadora Nicole Silva. “Adorei este Festival Junino Arraial das Formigas. Está de parabéns a Prefeitura de Montes Claros por realizar este evento recheado de atrações, com comidas típicas, danças e músicas para toda a família. Amei!”, elogiou a artesã Zuani Cordeiro Campos. Para o prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, o Festival Junino Arraial das Formigas superou todas as expectativas e veio para ficar. “Além de promover a nossa cultura popular, o Festival Junino Arraial das Formigas veio favorecer o fortalecimento dos festejos e tradições juninas. E, de agora em diante, passará a ser celebrado regularmente, integrando-se ao calendário de atividades culturais do município de Montes Claros”, comentou Guimarães.
Montes Claros receberá nos dias 28 e 29 de junho, o primeiro festival junino Arraial das Formigas, com apresentações de quadrilhas, comidas típicas, artesanato e brincadeiras. Além do forró pê de serra, comandado pelo artista Tino Gomes, a partir das 20 horas. deste sábado (28) O evento, promovido pela Prefeitura de Montes Claros, através da secretaria municipal de Cultura e Turismo, acontecerá na Avenida Viriato Ribeiro de Aquino, no bairro Canelas, nas proximidades da Rodoviária, ao lado do Parque Municipal Cândido Canela. O Arraial das Formigas ressurge como um dos mais emblemáticos encontros culturais da região, promovendo uma experiência imersiva que honra as raízes e reinventa os costumes e sabores locais. Realizado pela Plataforma Criativa de Projetos do Ecossistema Clariô, com correalização do Programa Casa Cult, e o patrocínio da Cemig, o evento integra cultura popular, culinária típica afetiva, musicalidade de raiz e criatividade artesanal, convidando moradores e visitantes a vivenciarem o que há de mais autêntico na expressão sertaneja mineira. Muito além de uma festa junina, o Arraial das Formigas se firma como um festejo de pertencimento, onde o chão batido, os ofícios da roça e as manifestações devocionais compõem um mosaico cultural pulsante.
Nomeado atuava como bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, mas construiu trajetória sacerdotal no Norte de Minas O papa Leão XIV nomeou, nesta quarta-feira (18/6), o novo bispo de Januária (Norte de Minas), dom Dorival Souza Barreto Júnior, de 60 anos, até então bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador. Embora natural de Jequié (BA), dom Dorival construiu sua trajetória sacerdotal em Montes Claros, no Norte de Minas, onde atuou durante 33 anos. A Diocese de Januária estava em vacância desde 13 de abril passado, quando morreu o ex-bispo da cidade, dom Geraldo de Souza. A Diocese abrange 18 municípios e 25 paróquias. “Eu recebi essa notícia com gratidão. É com alegria poder receber a notícia de que o papa dom Leao XIV, na sua bondade, na sua misericórdia, me confia essa missão como pastor da Diocese de Januária”, afirmou dom Dorival, em entrevista ao Estado de Minas. “É (motivo de) muita alegria poder colaborar na missão evangelizadora da Igreja. O meu lema de bispo é: “ide também vós” (“Ite et vos”). Então, vou com alegria e gratidão, me colocando à disposição dos irmãos e irmãs presentes aí nessa diocese”, declarou o líder católico. Dom Dorival destacou também o significado de seu retorno ao Norte de Minas. “Para mim, isso representa voltar para casa. Tenho esse sentimento em meu coração. Sou muito agradecido a todo o Norte de Minas, especialmente a Montes Claros, onde vivi durante 33 anos. Esta é minha casa”, disse, acrescentando qque não esperava pela volta à região depois de ter sido nomeado bispo auxiliar de Salvador, em novembro de 2020. “Eu imaginava que permaneceria aqui por um tempo (em Salvador), mas retorno com alegria, com satisfação e com o coração aberto”, completou. Em mensagem dirigida aos fiéis da Diocese de Januária, dom Dorival declarou: “Espero em breve poder conhecê-los, abraçá-los, celebrarmos juntos, escutá-los e continuarmos essa bela missão da Diocese de Januária, que neste ano completou 68 anos de sua instalação. Vou como missionário, continuador do trabalho que já foi feito por tantos bispos, padres, religiosos, religiosas, leigos e leigas”. “Espero poder contar com a colaboração e com a ajuda de todos, para que o Evangelho seja anunciado, para que o Senhor Jesus seja conhecido e amado e adorado também nessas terras”, concluiu Trajetória Dom Dorival Souza Barreto Junior nasceu em Jequié (BA), em 10 de março de 1964. Ele é bacharel em teologia, licenciado em filosofia e mestre em liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico, de Roma, e doutor em teologia dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, também de Roma. Em 1980, ingressou no Seminário dos Capuchinhos, em Vitória da Conquista (BA), concluindo o ensino médio no Colégio Paulo VI. Com os Frades Menores Capuchinhos residiu em Salvador (BA), concluindo o biênio filosófico na Universidade Católica do Salvador (UCSal). Iniciou o curso de teologia na UCSal, dando continuidade ao mesmo no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Transferiu-se para Montes Claros (MG), onde foi ordenado diácono no dia 19 de julho de 1987. Além de vigário, foi administrador paroquial e pároco em algumas paróquias da Arquidiocese de Montes Claros. Foi chanceler, ecônomo, membro dos conselhos Presbiteral, Econômico e Pastoral, do Colégio dos Consultores e pároco da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, em Montes Claros. Entre outras atividades, foi professor de língua e culturas latinas na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Em 4 de novembro de 2020, foi nomeado pelo papa Francisco bispo auxiliar na Arquidiocese de São Salvador. A ordenação episcopal aconteceu em 3 de janeiro de 2021, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição e São José, em Montes Claros. A missa de apresentação na Arquidiocese de Salvador foi realizada no dia 6 de fevereiro de 2021.
O prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães, comemorou o título de Patrimônio Natural Mundial concedido ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A área, que abriga um sítio arqueológico, está situada entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, no Norte de Minas Gerais. A inclusão foi oficializada neste domingo (13), durante a 47ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização, realizada em Paris. O reconhecimento leva em base dois critérios da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, destacando a presença de fenômenos naturais excepcionais e a representatividade de diferentes estágios da história geológica da Terra. O Cânion do Peruaçu, localizado no norte de Minas Gerais, abriga formações geológicas de grande relevância científica e paisagens naturais de notável beleza cênica. Com a inscrição do parque nacional, o Brasil passa a contar com 25 sítios na Lista do Patrimônio Mundial, dos quais nove são naturais. “O reconhecimento do Vale do Peruaçu como Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO é uma grande conquista a ser celebrada. Essa conquista destaca a importância global do Peruaçu e impulsiona o desenvolvimento sustentável e o turismo na região”, destacou a secretária municipal de Cultura e Turismo de Montes Claros, Júnia Rabelo, que recordou do ex-secretário municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulo Ribeiro. “Paulinho foi o mentor da Expedição Caminhos dos Gerais, com roteiro no Peruaçu, e, com certeza, que teve um papel importante neste reconhecimento do Peruaçu pela Unesco”, disse. Para o antropólogo Camilo Antônio Silva Lopes, ex-gerente de Educação Ambiental e Projetos Especiais da Prefeitura de Montes Claros, que coordenou a 5ª Expedição Caminhos dos Geraes, “o reconhecimento do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu representa um marco diferencial para as gentes do sertão mineiro”, comentou Lopes, lembrando que o processo de reconhecimento não é recente. “Várias instituições e pessoas ao logo do tempo se tornaram cruciais para esse reconhecimento, entre elas o saudoso secretário de Meio Ambiente de Montes Claros, Paulinho Ribeiro”, lembrou. Para o professor da Unimontes e cientista político, Gilmar Ribeiro, “não apenas as cidades de Januária, Itacarambí e São João das Missões ganharão com este reconhecimento da Unesco ao Peruaçu, como patrimônio Mundial da Humanidade, mas, toda a região Norte de Minas, especialmente Montes Claros, que terá um novo ímpeto para o turismo, pois concentra a maior infraestrutura regional, impulsionada por sua localização estratégica. Foi o que aconteceu em todos os lugares ganhadores deste reconhecimento, como Diamantina, São Luiz e etc”, comentou Ribeiro. Para o prefeito Guilherme Guimarães, a escolha do parque é uma grande conquista para todo o Norte de Minas. “Montes Claros se inclui nessa conquista belíssima. Este parque está aqui bem próximo da gente. Todo o Norte de Minas ganha. Montes Claros é o portal do Norte de Minas. Todos passam por aqui, através do nosso aeroporto, da nossa Rodoviária ou das nossas rodovias. Sabemos que, além de melhorar o aspecto turístico, irá melhorar as condições sociais e ambientais”, destaca. Secom Prefeitura de Montes Claros| Texto: Luís Carlos Gusmão Fotos: Solón Queiroz
Previsão é que a avaliação ocorra neste fim de semana durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, em Paris O Vale do Peruaçu, no Norte de Minas Gerais, pode se tornar o primeiro Patrimônio Mundial Natural da Humanidade do estado reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A decisão será tomada neste fim de semana, durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, que acontece até o dia 16 de julho na sede da Unesco, em Paris. A expectativa é que o veredito sobre a candidatura do Peruaçu ocorra no sábado (12) ou no domingo (13). Caso aprovado, Minas somará esse título aos quatro já conferidos à categoria de Patrimônio Cultural Mundial: Ouro Preto, Congonhas, Diamantina e o Conjunto Moderno da Pampulha. Será também o segundo reconhecimento internacional consecutivo obtido pelo estado. Em 2024, os “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal” foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Com isso, Minas Gerais será o único estado do Brasil a receber dois títulos distintos da Unesco em anos seguidos — um feito histórico tanto para o patrimônio cultural quanto para o ambiental. A candidatura do Vale do Peruaçu é resultado de uma articulação entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), e o Governo Federal, com atuação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Delegação Permanente do Brasil junto à Unesco. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, localizado entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, é um dos mais relevantes sítios naturais e arqueológicos do Brasil. Com mais de quinhentas cavernas catalogadas, a região abriga formações únicas, como a estalactite “Perna da Bailarina”, que mede 28 metros, além de registros de arte rupestre com mais de doze mil anos. A biodiversidade do Peruaçu é outro ponto de destaque. O parque está situado no encontro dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, em um território habitado por comunidades tradicionais e povos indígenas, como os Xacriabá. Essa confluência de natureza, história e cultura sustenta a candidatura do Peruaçu como Patrimônio Natural. Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, o reconhecimento representará um marco para o turismo sustentável. “Minas é terra de memória, de pedra e de gente. Em menos de dois anos, os nossos queijeiros e queijeiras, com seus modos de fazer passados de geração em geração, e as comunidades do Norte de Minas, guardiãs do Vale do Peruaçu, colocaram o estado no centro do mapa mundial do patrimônio. O queijo e o cânion, o sabor e a paisagem, a cultura e a natureza — tudo fala de um mesmo povo”, disse. “O reconhecimento do Peruaçu pela Unesco será também um marco para o turismo sustentável de Minas. Significa atrair o mundo para conhecer nossos biomas, nossas tradições e nossa paisagem sagrada. O turismo, aqui, é parte da preservação”, completou o secretário. Estudos com base em outras experiências no Brasil indicam que a titulação poderá provocar um aumento de até 30% no fluxo turístico nos primeiros três anos. Além do crescimento da visitação, o título tende a estimular investimentos em infraestrutura, fortalecer o turismo de base comunitária e valorizar as práticas culturais locais. O reconhecimento da Unesco colocaria o Peruaçu no circuito internacional do turismo de natureza, arqueológico e cultural, ampliando o potencial econômico da região e reforçando o compromisso com a conservação ambiental. Para os municípios do entorno e para todo o Médio São Francisco, essa conquista pode representar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, com geração de emprego, renda e valorização do patrimônio mineiro.
Prazo para a entrega das declarações do Imposto de Renda terminou no último dia 30 de maio; quase 15% das declarações foram enviadas no último dia Com o fim do prazo para a entrega do Imposto de Renda, a Receita Federal em Montes Claros divulgou um balanço parcial: das 200 mil declarações esperadas na região, foram recebidas 185.931. Em Montes Claros, a expectativa era de 82 mil, mas o número final ficou em 79.122, até o limite de 30 de maio. “Em ambas, a gente ficou um pouquinho abaixo da expectativa. A gente estima que muita gente perdeu o prazo. Quase 15% das nossas declarações foram no último dia, sendo que mais de 10% foram de meio-dia em diante nesse último dia. Percebemos um acréscimo das pessoas que deixaram para a última hora”, explica Filipe Araújo Florêncio, Delegado da Receita Federal em Montes Claros. Ele ressalta que, embora ainda não seja possível estabelecer um motivo, esse foi um dado considerável. “Todo ano tem contribuinte que perde prazo. Ou porque não sabia que tinha que declarar, ou teve dificuldade de levantar a documentação”, acrescenta. Quanto ao uso do aplicativo, Filipe pontua que não é comum a dificuldade no uso da ferramenta, já que ele foi facilitado com a inclusão da declaração pré-preenchida. “Nos casos em que a pessoa tem dificuldade, normalmente eles enviam a declaração e retificam posteriormente. Dividimos o número de declarações entre originais e retificadoras. Tem muita gente que mandou mais de uma vez e retificou”, disse. Mesmo tendo feito a declaração em meados de maio, a professora universitária Edina Ramos diz que esse ano foi um pouco mais tarde do que nos anos anteriores. “Utilizei o aplicativo e gastei mais ou menos meia hora para concluir. Não tive dificuldades”, diz a professora, que optou pela modalidade pré-preenchida. “É fácil, mas temos que ficar atentos para apagar o que não foi gasto no ano de exercício e acrescentar os gastos do ano. As informações de bancos também devem ser revistas”, sugere. REGULARIZAÇÃO O Delegacia da Receita Federal alerta que aqueles que deixaram de fazer a entrega devem regularizar a situação quanto antes, por estarem sujeitos à multa mínima de R$ 165. “Mas essa multa pode chegar a 20% do valor do imposto devido. A ausência de declaração para a pessoa que é obrigada a declarar pode acarretar inconsistência cadastral. Nesse caso, o CPF fica pendente de regularização e a pessoa fica impedida de abrir conta em banco, efetivar empréstimo e outros transtornos”, diz Filipe. São obrigadas a declarar o Imposto de Renda as pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888. A obrigatoriedade também é válida para quem obteve receita bruta da atividade rural acima de R$ 169.440. Caso não estejam inseridas em outro critério de obrigatoriedade, as pessoas que receberam até dois salários mínimos mensais durante 2024 estão isentas de fazer a declaração. SERVIÇO Em Montes Claros, a Receita Federal funciona no bairro Ibituruna, à Avebida Major Alexandre Rodrigues, número 65 * Com jornal O Norte
Revitalização é um presente para Pirapora, que completa 113 anos; custo com restauração foi de R$ 5,8 milhões Neste domingo (1º/6), às 10h, às margens do Velho Chico, em Pirapora, no Norte de Minas, o tempo reencontra o seu curso: o vapor Benjamim Guimarães, patrimônio vivo da navegação fluvial e única embarcação a vapor em funcionamento no mundo, volta a cortar as águas do rio São Francisco. É mais que um retorno: é um reencontro com a memória, com o patrimônio que pulsa, move e transforma. A restauração é resultado de uma parceria entre o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), e da Prefeitura Municipal de Pirapora. Após cinco anos de um meticuloso processo de restauração conduzido com rigor técnico, o Benjamim Guimarães volta a navegar como testemunho das águas que contam a história de um povo. As intervenções contemplaram desde a substituição do casco até a revisão completa do maquinário, passando pela recuperação da chaminé, dos camarotes, da roda de pás e de todos os sistemas que compõem sua estrutura centenária. Esse retorno simbólico marca também o aniversário de 113 anos de Pirapora. A cidade celebra não apenas mais um ano de existência, mas o renascimento de um dos seus maiores símbolos: um vapor que transporta, além de passageiros, as narrativas de um território ribeirinho moldado pela cultura das águas. A restauração Construído em 1913, nos Estados Unidos, o Benjamim Guimarães tem 43,85 metros de comprimento, três decks, capacidade para 28 toneladas de combustível e propulsão por roda de pás. Após servir no io Mississippi e, posteriormente, no Amazonas, estabeleceu-se no São Francisco em 1920. Desde então, tornou-se parte indissociável da paisagem e da história de Pirapora. João Paulo Martins, presidente do Iepha-MG, afirma que entregar o Benjamim Guimarães restaurado é reafirmar que o patrimônio não é apenas o que se preserva, mas o que se vive, o que se sente e o que se transforma em memória coletiva Em dezembro de 2019, foi firmado um convênio entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Iepha-MG, com recursos do Ministério de Minas e Energia, por meio da Eletrobrás, totalizando um investimento de R$ 5,8 milhões As obras tiveram início em novembro de 2020, sob a responsabilidade da empresa INC Indústria Naval Catarinense, com acompanhamento técnico do Iepha-MG, da Delegacia Fluvial de Pirapora, da Marinha do Brasil e da Prefeitura Municipal de Pirapora, proprietária da embarcação. Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, o momento é histórico: “A entrega do vapor Benjamim Guimarães é um reencontro com a alma do povo mineiro e ribeirinho. Ele carrega memórias, histórias de fé, de luta e de esperança que navegam junto com o Velho Chico. É um patrimônio que não repousa: segue em movimento, como a própria cultura.” Motor do turismo O retorno do vapor representa também um importante impulso para o turismo cultural na região. Mais que um passeio, embarcar no Benjamim Guimarães é navegar pela história de Minas, sentir o cheiro da madeira antiga, ouvir o sopro das caldeiras e experimentar a travessia do tempo. Com ele, o rio São Francisco ganha novamente um emblema que valoriza o território, promove o desenvolvimento sustentável e fortalece a identidade de Pirapora e das comunidades que vivem às suas margens. “Convidamos toda a população e a imprensa para participar desta celebração tão significativa. Pirapora está pronta, com sua hospitalidade e sua beleza, para acolher os que vêm reverenciar este símbolo do nosso passado e do nosso presente”, ressalta o prefeito Alex Cesar
Ministro defendeu que sites de apostas paguem mais impostos no país O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (8) que as bets paguem mais impostos no país. Para ele, as casas de apostas virtuais (bets) devem pagar taxas mais elevadas, a exemplo do que ocorre com os cigarros e as bebidas alcoólicas. “O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos”, disse ele, em entrevista. “Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?”, questionou o ministro. “Para mim, tem que tratar as bets na linha do que é o cigarro e a bebida alcoólica. É uma coisa difícil de administrar e há vários casos na história de que, quando proíbe, piora. Temos que enquadrar esse setor de uma vez por todas”, defendeu. De acordo com o ministro, medidas como essa que preveem maior taxação das bets são importantes para o governo. “Nosso objetivo é um só: depois de 10 anos estamos buscando resultados fiscais robustos para garantir que a economia continue crescendo, com baixo desemprego e inflação em queda. Mas a impressão que dá é que tem algumas pessoas querendo sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem”. IOF Em entrevista na manhã de hoje (8) ao portal Metrópoles, o ministro falou ainda que o impasse entre o governo e o Congresso Nacional pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não pode ser encarado como um “Fla x Flu”, disputa clássica do futebol carioca entre Flamengo e Fluminense. “Esse Fla-Flu não interessa a ninguém. Não vejo as coisas assim. Prefiro pensar institucionalmente”, disse ele. Recentemente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que elevam o IOF quanto o decreto que foi aprovado pelo Congresso Nacional e que derruba essa medida. Para resolver o impasse, Moraes determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o tema para o próximo dia 15 de julho, em Brasília. Na entrevista de hoje, Haddad disse que não pode se antecipar à decisão que será tomada pelo Supremo em relação ao IOF, mas informou que o governo está trabalhando para que essa questão seja resolvida. Ele ressaltou ainda que o governo está buscando manter o diálogo com o Congresso e afirmou que, em breve, ele deverá se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. “Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar. Não tenho nem o direito de ter as relações estremecidas porque ele é o presidente da Câmara. Ele é um poder institucional e o Brasil depende da boa condução dos trabalhos dele. Eu sou um ministro, não tenho mandato. Mas ele é poder constituído. Nunca saí de uma mesa de negociação. E só saio com acordo”, afirmou Haddad. Imposto de Renda Durante a entrevista, o ministro disse ainda acreditar que o projeto sobre o Imposto de Renda e que prevê isenção para os que ganham até R$ 5 mil será aprovado. Segundo Haddad, o deputado Arthur Lira, que é o relator do projeto sobre o Imposto de Renda, tem se reunido frequentemente com o governo, seja presencialmente ou de forma virtual. “Eu acredito que esse projeto será aprovado com larga margem de apoio”, falou.
Somente em maio, foram gerados quase 149 mil postos formais O Brasil criou mais de 1 milhão de vagas de emprego com carteira assinada nos cinco primeiros meses de 2025, segundo dados do Novo Caged, divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho. No total, foram 1.051.244 vagas abertas entre janeiro e maio, com saldo positivo nos setores da economia avaliados. Somente em maio, foram gerados quase 149 mil postos formais. O setor de serviços lidera o avanço no ano, com mais de 560 mil vagas criadas, seguido pela indústria (mais de 209 mil), construção civil (149.233), agropecuária (72.650) e comércio (56.708). Na indústria, o crescimento foi puxado principalmente pelas áreas de alimentos, máquinas e equipamentos, metalurgia e veículos. Em relação aos estados, São Paulo, Minas Gerais e Paraná tiveram os maiores saldos absolutos, enquanto Goiás, Mato Grosso e Tocantins apresentaram o maior crescimento proporcional. Em maio, a geração de empregos também foi maior entre mulheres, jovens de 18 a 24 anos, trabalhadores com ensino médio e pessoas autodeclaradas pardas. O saldo também foi positivo para o grupo PCD, com 902 novos postos.
Ex-ministro diz que atual política de juros prejudica o país e cobra reação do governo Lula Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, o ex-ministro Ricardo Berzoini fez duras críticas à política monetária brasileira, classificando a atuação do Banco Central como um obstáculo ao desenvolvimento do país. Para ele, a instituição vem operando em favor do mercado financeiro, penalizando a economia real com juros elevados e metas consideradas inalcançáveis. Berzoini direcionou suas críticas especialmente ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. “O Galípolo está pior que o Campos Neto”, afirmou. Segundo ele, o governo precisa reagir a decisões consideradas como técnicas, mas que afetam o crescimento, sem se calar por razões políticas. “Não dá para engolir erro calado só porque o governo é nosso”, disse. Metas irreais, juros sufocantes e silêncio preocupante Para o ex-ministro, a atual meta de inflação é “inexequível” e serve apenas como justificativa para manter a taxa Selic em níveis desproporcionais. “Estamos com uma inflação de cerca de 4,5% e juros reais perto de 10%. Isso não existe no mundo. Só no Brasil”, criticou. Ele comparou a política a uma dieta impossível: “É como querer emagrecer 30 quilos quando só dá para perder 10. A culpa não é da balança, é da meta.” Berzoini apontou o descompasso da política atual com as necessidades do país. “Tesouro Direto está pagando 15% ao ano. Só perde para o tráfico de drogas e pedágio em São Paulo.” Segundo ele, essa lógica beneficia apenas rentistas, enquanto comerciantes, empresários e trabalhadores enfrentam as consequências. Ele também refutou a ideia de que a inflação atual seria causada por excesso de demanda, atribuindo a alta de preços a fatores externos, como secas em países produtores de alimentos. “Não falta consumo. Falta coordenação”, afirmou. Berzoini alerta para o risco político de o governo não se manifestar diante desse cenário. “Quando era o Campos Neto, o PT criticava. Agora, com Galípolo, reina o silêncio. Isso é incoerente.” Ele defendeu a revisão urgente da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional, composto por Fernando Haddad, Simone Tebet e o próprio Galípolo, e concluiu: “O Banco Central virou o sindicato dos rentistas. Decide contra quem trabalha e a favor de quem vive de renda.” Fonte: Revista Fórum
Mesmo com inflação menor e desaceleração da economia, BC aprova aumento de 0,25 ponto percentual e coloca a Selic no maior patamar desde julho de 2006 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou pelo aumento da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic a 15% ao ano. A decisão desta quarta-feira (18) mantém ritmo de alta iniciado em setembro do ano passado, quando os juros passaram de 10,50% para 10,75%. Agora, já são sete aumentos seguidos. A votação entre os membros do Comitê foi unânime. Na justificativa que acompanha o anúncio, é afirmado que o Copom “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Ainda segundo o comunicado, “o Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.” A decisão encarece ainda mais o crédito em um cenário de inflação menor e desaceleração do crescimento econômico. Parte considerável de analistas econômicos apostava na manutenção dos juros, não em um aumento. A Selic em 15% ao ano representa o maior patamar desde julho de 2006, quando marcava 14,75% depois de ser reduzida em 0,5% após a reunião de maio daquele ano, que a havia fixado em 15,25%. Ao elevar mais uma vez os juros, o Copom ultrapassa até as expectativas do mercado financeiro para 2025. Por meio do Boletim Focus do próprio BC, as instituições financeiras indicam que o ano deverá encerrar com taxa que estava antes desse novo aumento, 14,75% a.a. Portanto, um corte deverá ocorrer para se enquadrar ao que o próprio mercado acredita. A elevação de 0,25% atrai descontentamento generalizado: sociedade, governo e setor produtivo. Somente investidores do mercado financeiro têm ganhado com os juros nas alturas. Na última terça-feira (17), as centrais sindicais e movimentos sociais realizaram protestos pela redução dos juros. Apesar dos clamores, o Copom manteve a linha dura na política monetária herdada pelo ex-presidente Roberto Campos Neto e mantida pelo atual presidente, Gabriel Galípolo. A meta para a inflação é de até 4,5%, tendo como centro 3% (o IPCA de 12 meses acumula 5,4%). ‘Dose errada’ A taxa básica de juros é elevada sob o pretexto de enfraquecer a demanda ao encarecer o crédito, com repercussão em diversos segmentos. A sequência de nove meses de aumento de juros no Brasil já é sentida pela economia, com a inflação em desaceleração no mês de maio (0,26% frente a 0,46% do IPCA de abril) e retração industrial (-1,1%) em abril, conforme o IBC-BR, a prévia do PIB, o que levou o índice a reduzir o ritmo de crescimento do país a 0,2% no mês. Com estes números, uma nova elevação dos juros é mais uma ‘dose errada’ do remédio que o Copom impõe ao Brasil. Assim, permanece o descontentamento da sociedade, que anseia por um custo de vida mais barato, e dos setores produtivos, que pedem crédito mais acessível como forma de ampliar investimentos e manter o crescimento econômico – que tem se superado, apesar da Selic nas alturas. Outro prejudicado é o governo. Segundo o próprio BC, a cada aumento de um ponto percentual na taxa de juros, o custo da dívida pública federal cresce cerca de R$ 50 bilhões. Dessa maneira, é possível dizer que o aumento de 0,25% representa R$ 12,5 bilhões a mais de perdas nas contas de um governo que também é sabotado a todo momento pelo Congresso Nacional na tentativa de cumprir o seu orçamento
“O que fazem com Bolsonaro é uma desgraça” – Fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a justificar nesta quarta-feira (16) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros com base em razões políticas. Em fala à imprensa na Casa Branca, após reunião bilateral com o príncipe do Bahrein, o republicano confirmou que a punição ao Brasil tem como objetivo pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “[Taxamos] 50% em um caso, o Brasil, porque o que estão fazendo com o ex-presidente é uma desgraça”, declarou Trump, de acordo com o portal g1, acrescentando: “Conheço o ex-presidente e ele lutou muito pelo povo brasileiro. Acredito que ele é um homem honesto e o que estão fazendo com ele é terrível”. O republicano se refere ao processo no STF que julga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República já apresentou alegações finais pedindo a condenação do ex-presidente. A fala desta quarta repete o teor da carta enviada por Trump a Lula na semana passada, na qual classificou o processo contra Bolsonaro como “caça às bruxas” e uma “vergonha internacional”. Ele também ameaçou ampliar as tarifas caso o Brasil não ceda a suas exigências — o que inclui, segundo ele, “liberdade para plataformas digitais americanas” e fim de “barreiras comerciais”
Legislação libera contramedidas como suspensão de concessões O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (9) que o tarifaço de 50% a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos será respondido com a Lei de Reciprocidade Econômica. Em rede social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania do país e disse que é falsa a alegação do presidente norte americano Donald Trump de que a taxação seria aplicada em razão de déficit na balança comercial com o Brasil. A lei brasileira sancionada em abril estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira. “Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou o presidente O lei autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, “a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país”. O governo defende que é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano. “As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos”. Lula afirma ainda que o Brasil é um país soberano “com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”. No documento encaminhado por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente estadunidense cita o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, para justificar o ataque ao país. Ele também citou ordens do STF emitidas contra apoiadores do ex-presidente brasileiro que mantêm residência nos Estados Unidos. “O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, rebateu Lula. O presidente brasileiro abordou ainda as críticas de Trump às decisões do Supremo Tribunal Federal contra perfis em redes sociais que praticavam discurso de ódio e divulgavam fake news. O presidente afirmou que, “no contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática”. “No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira”, escreveu. Antes de publicar a nota, o presidente Lula coordenou uma reunião de emergência, no Palácio do Planalto, com a presença de seus principais ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), além do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O encontro terminou por volta das 20h.
Além de querer impor uma guerra comercial, o político da extrema-direita americana resolveu sair em defesa de Bolsonaro, réu no inquérito da trama golpista O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. De acordo com o governo dos Estados Unidos, a nova taxa passa a valer em 1º de agosto. O chefe da Casa Branca também enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, o político da extrema-direita norte-americana também resolveu sair em defesa de Jair Bolsonaro (PL), réu no inquérito da trama golpista, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil. “A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, afirmou Trump na carta a Lula. Após tentar defender Bolsonaro, o presidente dos EUA voltou a comentar sobre economia, em recado ao presidente Lula. “Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta”. Confira o documento na íntegra: 9 de julho de 2025 Sua ExcelênciaLuiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Federativa do Brasil Brasília Prezado Sr. Presidente: Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE! Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta. Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco. Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas. Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional! Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil. Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América. Muito obrigado por sua atenção a este assunto! Com os melhores votos, sou, Atenciosamente, DONALD J. TRUMP PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Acordo assinado em Brasília prevê estudos conjuntos para integrar a malha ferroviária brasileira ao porto de Chancay, no Peru, fortalecendo a cooperação Sul-Sul e a infraestrutura continental Em mais um gesto concreto de aproximação entre os dois gigantes do Sul Global, Brasil e China assinaram nesta segunda-feira (7), em Brasília, um memorando de entendimento para a realização de estudos conjuntos sobre o corredor ferroviário bioceânico, que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico. O projeto, de grande valor geopolítico e logístico, visa integrar ferrovias brasileiras já em operação ou construção ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru, com infraestrutura financiada por Pequim. O acordo foi firmado entre a estatal brasileira Infra S.A. e o Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group, braço técnico da maior empresa ferroviária pública do mundo. A cerimônia simbolizou um passo decisivo no avanço de uma parceria que une o Novo PAC brasileiro à Iniciativa Cinturão e Rota chinesa, sob o olhar atento dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping. Corredor Bioceânico: de Ilhéus ao Pacífico com escala na integração continental O corredor ferroviário começará em Ilhéus, na Bahia, pela Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), seguirá por Mara Rosa, em Goiás, ponto de encontro com a Fico (Ferrovia de Integração Centro-Oeste) e a Ferrovia Norte-Sul, até chegar a Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ponto de partida da chamada Ferrovia Bioceânica. Daí em diante, o traçado avançará rumo à fronteira com a Bolívia, atravessará Rondônia e o Acre, e cruzará até o porto de Chancay, a cerca de 70 km de Lima. O traçado não é apenas um desenho sobre trilhos: ele representa a integração produtiva e comercial da América do Sul com a Ásia, abrindo novas rotas logísticas para as exportações brasileiras de grãos, minérios e produtos industrializados. Cooperação técnica de longo prazo: um pacto de desenvolvimento O secretário especial da Casa Civil, Maurício Muniz, celebrou o memorando como “o início de uma jornada técnica, institucional e diplomática que visa reduzir distâncias e fortalecer laços”. O presidente da Infra S.A., Leonardo Ribeiro, ressaltou que o projeto reflete uma visão conjunta de longo prazo entre os dois países, “com a expertise ferroviária chinesa se aliando ao potencial brasileiro de escoamento de cargas”. A diretora de Administração e Finanças da Infra S.A., Elisabeth Braga, destacou que a estatal já iniciou os trabalhos para viabilizar o eixo estruturante Fiol–Fico, cujo leilão está previsto para 2026, e que os estudos sobre o trecho internacional contarão com simulações técnicas, análises ambientais e modelagens de investimento. Brics, PAC e Cinturão e Rota: uma convergência estratégica A assinatura do acordo ocorre na esteira da XVII Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, onde o grupo reafirmou, em declaração conjunta, o compromisso com a construção de infraestrutura sustentável e resiliente como eixo do desenvolvimento. A agenda também se encaixa nas diretrizes do Novo PAC, do Plano de Transformação Ecológica e da Nova Indústria Brasil, pilares do governo Lula. Pelo lado chinês, a cooperação se insere na estratégia da Iniciativa Cinturão e Rota, que busca ampliar os corredores de transporte e comércio no mundo em desenvolvimento. Para o diretor-geral da China Railway Group, Wang Jie, a parceria simboliza “a sabedoria e a confiança mútua entre nossos povos”. Desafios logísticos e esperança geoeconômica A integração ferroviária com o Pacífico poderá reduzir drasticamente os custos logísticos de exportação e acelerar o acesso a novos mercados. Hoje, a produção brasileira do Centro-Oeste enfrenta altos custos com transporte rodoviário até os portos do Sudeste. A nova rota — multimodal e transnacional — abre caminho para uma malha mais eficiente, menos poluente e mais estratégica. O desafio agora é garantir que os estudos, a ser conduzidos por técnicos brasileiros e chineses, avancem rapidamente e não fiquem na gaveta como projetos anteriores. A aposta é que, com financiamento estruturado e articulação entre os ministérios do Planejamento, Casa Civil e Transportes, a integração continental torne-se realidade — unindo Ilhéus a Chancay, o Atlântico ao Pacífico, e o Brasil à nova geografia do desenvolvimento global. “Celebramos não apenas trilhos, mas um futuro conectado”, declarou Maurício Muniz. Se concretizado, o corredor bioceânico pode ser o maior projeto logístico da América do Sul no século XXI — e uma chave para reposicionar o Brasil no centro da integração regional e global.
Equipe inglesa tem atuação de gala diante do campeão da Champions Agência Brasil – Sob o comando do meia-atacante Cole Palmer, o Chelsea (Inglaterra) teve uma atuação de gala para derrotar o PSG (França) por 3 a 0, na tarde deste domingo (13) no MetLife Stadium, em Nova Jersey, e garantir o título da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da Fifa que contou com a participação de 32 equipes. Considerando todos os formatos do Mundial de Clubes, o Chelsea somou neste domingo a sua segunda conquista na história, após vencer a edição de 2021, que contou com a participação de sete equipes. Ao contrário das previsões de amplo domínio do PSG (atual detentor do título da Liga dos Campeões e que, até então, tinha as atuações mais impressionantes da competição), o primeiro tempo do confronto foi marcado por uma atuação perfeita do Chelsea, que teve como destaque o meia-atacante Palmer, que marcou dois gols e deu passe para mais um. O camisa 10 da equipe inglesa começou a decidir o confronto aos 21 minutos do primeiro tempo, quando recebeu passe do lateral Malo Gusto e bateu colocado para abrir o marcador. 🔟🥶#FIFACWC | @ChelseaFC pic.twitter.com/n7oP9pRhkf — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) July 13, 2025 Oito minutos depois Palmer voltou a brilhar para ampliar a vantagem do Chelsea. O camisa 10 do time inglês puxou contra-ataque pela ponta esquerda, tirou a marcação com um drible de corpo e chutou novamente com categoria para voltar a superar o goleiro Donnarumma. Com a desvantagem no placar, o time francês adiantou suas linhas e passou a oferecer mais espaços para a equipe adversária. E foi desta forma que o Chelsea chegou ao terceiro. Palmer puxou novo contra-ataque aos 42 minutos e acertou passe em profundidade para o brasileiro João Pedro, que, dentro da área, teve apenas o trabalho de bater por cobertura para marcar um golaço. Xerém ensina. 👨🏫#FIFACWC pic.twitter.com/jKqAhkmoVr — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) July 13, 2025 Na etapa final a equipe inglesa mostrou maturidade e tranquilidade para fazer o tempo passar e garantir a vitória e o título da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.
Com atuação dominante, equipe francesa goleia por 4 a 0 e garante vaga inédita na decisão do torneio de clubes da Fifa O Paris Saint-Germain garantiu sua vaga na final do Mundial de Clubes da FIFA 2025 ao derrotar o Real Madrid por 4 a 0 nesta quarta-feira (9), no MetLife Stadium, em Nova York. A equipe comandada por Luis Enrique dominou a partida desde os primeiros minutos. Aos 6 minutos, Fabián Ruiz abriu o placar após erro de Raúl Asencio. Três minutos depois, Ousmane Dembélé ampliou, aproveitando falha de Antonio Rüdiger. Ainda no primeiro tempo, Fabián Ruiz marcou novamente, aos 24 minutos, deixando o PSG com uma confortável vantagem de 3 a 0 antes do intervalo. No segundo tempo, o Real Madrid tentou reagir, mas não conseguiu superar a defesa parisiense. Aos 87 minutos, Gonçalo Ramos fechou o placar, dedicando o gol a Diogo Jota, recentemente falecido. Com essa vitória, o PSG enfrentará o Chelsea na final do Mundial de Clubes, marcada para domingo (13), também no MetLife Stadium. O Chelsea garantiu sua vaga na decisão ao vencer o Fluminense por 2 a 0 na outra semifinal. A atuação do Real Madrid foi amplamente criticada pela imprensa espanhola, que destacou os erros defensivos e a falta de reação da equipe comandada por Xabi Alonso. Apesar da derrota, o retorno de Éder Militão e Dani Carvajal, após longas ausências por lesão, foi um dos poucos pontos positivos para o clube espanhol
Atacante revelado pelo Tricolor é destaque na vitória do Chelsea Com direito a lei do ex, o Fluminense foi derrotado por 2 a 0 (ambos gols do atacante brasileiro João Pedro, uma revelação do Tricolor das Laranjeiras) pelo Chelsea (Inglaterra), na tarde desta terça-feira (8) no MetLife Stadium, em Nova Jersey, e foi eliminado da Copa do Mundo de Clubes. 🔵 CHELSEA VENCE O FLUMINENSE E ESTÁ NA FINAL DA #FIFACWC! — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) July 8, 2025 Desta forma, o Brasil vê cair o seu último representante na competição organizada pela Fifa (após as eliminações de Flamengo, Botafogo e Palmeiras). Já a equipe inglesa aguarda a outra semifinal da competição, que será disputada na próxima quarta-feira (9) por PSG (França) e Real Madrid (Espanha), para conhecer o seu adversário na grande decisão. Lei do ex A equipe comandada pelo técnico Renato Gaúcho encontrou muitas dificuldades no primeiro tempo diante de uma equipe inglesa que sabia o que fazer com a bola no pé. Sem contar com o volante Martinelli, suspenso por acúmulo de cartões amarelos, o Tricolor das Laranjeiras perdeu a maioria das disputas no meio de campo, onde o equatoriano Moisés Caicedo e o argentino Enzo Fernández ditavam o ritmo do Chelsea. Outra arma do time comandado pelo técnico italiano Enzo Maresca era o português Pedro Neto, que realizava grandes jogadas pela ponta esquerda. E foi desta forma que o Chelsea abriu o placar. Aos 17 minutos, Cano vacilou e João Pedro ficou com o domínio para lançar Pedro Neto, que avançou em velocidade antes de levantar a bola na área. Thiago Silva cortou parcialmente e a bola sobrou para o brasileiro João Pedro, que bateu, da entrada da área, para marcar um golaço. Diante de uma equipe superior tecnicamente, o Fluminense tinha muitas dificuldades de criar algo, e encontrou sua melhor oportunidade de marcar aos 25 minutos. Hércules tabelou com Cano e bateu na saída do goleiro Robert Sánchez, mas o lateral espanhol Cucurella chegou antes para cortar. A 'defesa' de Cucurella! 👀#FIFACWC | @ChelseaFC pic.twitter.com/JyqrCiFUae — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) July 8, 2025 Aos 34 o torcedor tricolor teve um sopro de esperança, quando o juiz assinalou pênalti em favor do time das Laranjeiras após a bola tocar no braço de Chalobah. Porém, o francês François Letexier foi chamado pelo VAR (árbitro de vídeo) e anulou sua marcação inicial. Após o intervalo, o time das Laranjeiras viveu seu pior momento no confronto, apresentando muitas dificuldades de manter a posse de bola e vendo o Chelsea dominar as ações. Desta forma a equipe inglesa não demorou a ampliar sua vantagem. Aos 10 minutos o uruguaio Bernal perdeu o domínio da bola e Palmer tocou para Enzo Fernández, que lançou João Pedro na ponta esquerda. O brasileiro avançou, se livrou da marcação e bateu com violência a bola, que morreu no ângulo do gol defendido por Fábio. Criado em Xerém para fazer GOLAÇOS! 💥#FIFACWC | @ChelseaFC pic.twitter.com/adTU1hwo98 — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) July 8, 2025 A partir daí o técnico Renato Gaúcho passou a substituir jogadores de defesa por de ataque e bagunçou de vez a equipe tricolor, que pouco conseguiu fazer diante de um Chelsea muito organizado, que mostrou qualidade para segurar a vantagem, e a classificação, até o apito final.
Tricolor aguarda City e Al-Hilal para conhecer próximo adversário O Fluminense mostrou poder de decisão e muita organização para derrotar a Inter de Milão (Itália) por 2 a 0, na tarde desta segunda-feira (30) no Bank of America Stadium, em Charlotte, para se classificar para as quartas de final da Copa do Mundo de Clubes que está sendo disputada nos Estados Unidos. VENCE O FLUMINENSE! 🇭🇺#FIFACWC — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) June 30, 2025 Após derrotar o atual vice-campeão da Liga dos Campeões, o Tricolor das Laranjeiras aguarda o confronto entre o Manchester City (Inglaterra) e o Al-Hilal (Arábia Saudita), que será jogado a partir das 22h (horário de Brasília) desta segunda, para conhecer o seu próximo adversário na competição. Tendo pela frente uma das equipes mais poderosas do Velho Continente, o técnico Renato Gaúcho optou por armar o Fluminense com o mesmo esquema tático da Inter de Milão, um 3-5-2 com uma linha de três zagueiros e sem pontas no ataque. Com a bola rolando, ficou claro que o Tricolor das Laranjeiras teria dificuldades para controlar as ações de uma equipe claramente mais forte fisicamente. Porém, desde o primeiro minuto, os atletas do Fluminense mostraram muita aplicação para impedir as ações ofensivas do adversário com uma proposta de marcação baseada nas perseguições individuais. Além disso, o time brasileiro foi eficiente no ataque e, logo aos 2 minutos do primeiro tempo, abriu o placar. Ele crava. 1️⃣4️⃣#FIFACWC | @FluminenseFC pic.twitter.com/L5n2CCh4Zu — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) June 30, 2025 O volante Martinelli ganhou dividida com De Vrij e tocou na ponta direita para o colombiano Arias, que cruzou para a área. A bola desviou em Bastoni e acabou sobrando para Cano dentro da área. E o centroavante argentino desviou de primeira de cabeça para abrir o placar em seu jogo de número 200 pelo Fluminense. A partir daí, a Inter de Milão tentou sair mais para o ataque, mas esbarrou em uma defesa tricolor que não dava descanso aos atacantes do time italiano. E quando o time europeu conseguia criar algo, o goleiro Fábio brilhou com defesas importantes. Na etapa final as duas equipes acabaram diminuindo o ritmo, e os espaços começaram a aparecer. Desta forma o vice-campeão europeu passou a chegar com mais perigo. Porém, não teve competência para transformar em gols as oportunidades criadas. O TRICOLOR TÁ NAS QUARTAS! 🇭🇺 #FIFACWC | @FluminenseFC pic.twitter.com/ifIkGPjynN — Mundial de Clubes da FIFA 🏆 (@fifaworldcup_pt) June 30, 2025 Já o Fluminense voltou a ser efetivo aos 47 minutos do segundo tempo, quando Hércules dominou bola má-afastada por De Vrij, avançou em velocidade e bateu colocado para superar o goleiro Sommer. A partir daí o Tricolor teve apenas que aguardar o apito final para garantir a presença nas quartas do Mundial de Clubes.